Caixa de Pandora

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Modos de ver:diálogos com Berger 2


cena do filme Avatar



"Adultos e crianças possuem, às vezes, painéis nos quartos ou salas, em que pregam pedaços de papel: cartas, instantâneos fotográficos, reproduções de pinturas, recortes de jornal, desenhos originais, cartões-postais. Em cada painel, todas as imagens pertencem a uma mesma linguagem e todas têm ali mais ou menos o mesmo grau de igualdade, por terem sido escolhidas de uma maneira extremamente pessoal, a fim de combinar com a experiência vivida pelo habitante do quarto, ou expressá-la. Pela lógica, esses painéis deveriam substituir museus" (BERGER, 1999, p.32).


As transformações trazidas pelo capitalismo para a arte trazem impactos em seus processos desde a concepção até a recepção pelo público final. A arte, que antigamente destinava-se a uma elite intelectual, a partir das novas técnicas de produção (fotografia, cinema, reproduções...), passou a estar disponível para a massa, a qualquer tempo e em qualquer lugar, sendo deslocada de seu lugar original. Assim, a obra de arte, em sua nova formatação, passa a ter uma nova lógica de concepção. Antes dotada de unicidade e hiper-valorização passa a ter um valor “mistificado”. Essa transformação gera impactos na percepção e no comportamento dos grupos que as produzem e recebem.
São as novas técnicas de reprodução que deslocam a arte de seus ambientes originais, tornando-as acessíveis a todos em qualquer espaço e a qualquer momento por um número ilimitado de pessoas. A igualdade social é possível pela disseminação da informação e a arte e a educação atuam como transformadores sociais.
O mundo de imagens que alguns adultos e crianças trazem em seus paineis, formam um universo pessoal que traduz não apenas os gostos pessoais, mas também todo um contexto de vida e experiências que nos dizem muito sobre os seus proprietários. Penso em Bispo do Rosário e suas coleções. Cada imagem, ou objeto, servindo como forma de ordenar seu universo. Penso em Amélia Toledo com suas coleções de pedras.
Arte, vida, coleção, memória, tempo...Cada objeto-imagem coletado, selecionado, retirado de seu espaço original e (re)significado na constituição de seus paineis.
Penso ainda nos murais-virtuais que muitos jovens, e adultos também, produzem em suas redes sociais (orkut, facbook, blogs, etc.). Imagens de diferentes procedências e que compoem um mosaico, fragmentado, coleções de tudo um pouco, cheias de significação para seus colecionadores...Outros tempos, outras formas de colecionar.
Algumas possibilidades de leitura, produção ou recriação desse murais, coleções: públicas ou privadas? Temáticas? Formas? Cores? Materiais? Autoria? Compartilhamento? O que cada um traz de seu e do outro em seus murais? Música? Dança? Poesia? Artes Visuais? Fotografia?
Berger é quem nos diz: “Somos aquilo que olhamos. Olhar é um ato de escolha”. Com essa frase me transporto para um mundo distante, Pandora, não a da mitologia, a outra, do filme Avatar... Uma frase virou chavão no filme: “Eu vejo você!”. Perfeita analogia para o ver ser muito mais do que olhar; ver como sinônimo de sentir o que o outro sente, ver por dentro, ver a alma. Como diz a Jaque, estamos ficando muito poéticas, ou não. Talvez estejamos apenas enlouquecendo um pouco mais a cada dia. 

Referências:
 BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Modos de ver: diálogos com Berger



 

prancha de imagens 
 
Modos de Ver
"Nunca olhamos para uma coisa;
estamos sempre olhando para a relação 
entre as coisas e nós mesmos"
(BERGER, 1999, p.11).


Acredito que ao fazermos nossas escolhas, seja em arte-educação seja na vida, levamos sempre em conta toda uma bagagem cultural construída por tudo que aprendemos e apreendemos em na relação com o outro. Experiências diferentes, vivência cultural, participação política, sentimento de pertencimento a determinados grupos, saberes profissionais e acadêmicos, afetos e desafetos, informação midiática, tudo nos (des)constrói cotidianamente. É uma jornada sem fim de (des)construções. Como bem o disse a colega e amiga Neusa Vinhas, ao fim do dia temos mais perguntas do que respostas. E, apesar do alerta dos sábios que nos dizem que nunca cruzamos um mesmo rio duas vezes, algumas memórias ficam impregnadas e não conseguimos (ou não queremos) nos desvencilhar delas. Dessa forma, ao mesmo tempo em que somos sempre diferentes e as relações que estabelecemos com os outros também o são, algumas coisas persistem em nos acompanhar ao longo de nossas vidas.  Coisas que nos comovem, nos inquietam, nos assombram, nos fazem parar para pensar ou que nos estesiam como diz a professora Umbelina. Creio que é dessa forma que construímos nossos mapas conceituais de Professor-Pesquisador-Curador, no Seminário Integrador, e que deram origem às pranchas de imagens, através de nossa capacidade de emocionar-se diante de algo, envolvendo-se de forma tão intensa que não se consegue explicar com palavras essa relação.

Referências:

BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

sábado, 23 de junho de 2012

Objeto propositor: Jogo PORTO DAS ARTES


Objeto propositor: Jogo PORTO DAS ARTES
 Sônia Maris Rittmann
Justificativa do Jogo
A partir dos temas “Linguagem, Humanidade e Expressão”, presentes no verso da prancha desenvolvida na disciplina Seminário Integrador 7; na proposta triangular de Ana Mae Barbosa (apreciar, fazer e contextualizar); no Mapa Conceitual Professor-Pesquisador-Curador; no conceito de rizoma dos estudos desenvolvidos no curso de extensão (Re)Significando a Arte-Educação desenvolvido pela UFRGS, em pesquisas paralelas e no interesse pelo universo cultural da cidade de Porto Alegre, penso ser interessante a criação de um jogo que contemple além das obras de arte presentes na prancha, também o contexto histórico e cultural da cidade escolhida para o jogo.

Entendendo o jogo como uma proposta de aprendizado interdisciplinar, significativa e lúdica, envolvendo diversas áreas do conhecimento: Arte, Cultura, Patrimônio Histórico, etc., o objetivo primeiro do jogo seria o enriquecimento cultural e artístico dos jogadores-alunos, através de uma atividade que além de lúdica, proporciona o desenvolvimento de habilidades de socialização; interação; comunicação e expressão; apreciação de obras de arte, de espaços culturais e do patrimônio histórico da cidade de Porto Alegre, 

 Cartões Postais
Componentes do jogo:
Mapa da Cidade (ilustrado) – serve de tabuleiro do jogo;
Cartões Postais (das obras de Arte, da Cidade e dos Espaços Culturais);
Cartões-Descritivos (dos artistas, das obras, dos espaços...);
Cartões-Atividades (teatro, cinema, artes visuais, dança, fotografia, café...)
Peões coloridos– representam os jogadores;
Bolas numeradas (ocultas em um saco de tecido);
Envelopes Coloridos;
Dados

 
O Jogo: Porto das Artes (Porto Alegre - Cidade das Artes)
Porto das Artes pretende ser um jogo de tabuleiro (Mapa) em que os participantes (alunos-jogadores) trilharão diferentes percursos a partir do marco zero da cidade, desvendando, conhecendo, revendo, descobrindo, explorando a Arte presente em cada canto da cidade de Porto Alegre, nas suas variadas linguagens, formas e locais.

Objetivo do Jogo:
Entendendo o jogo como uma proposta de aprendizado interdisciplinar, significativa e lúdica, envolvendo diversas áreas do conhecimento: Arte, Cultura, Patrimônio Histórico, etc., o objetivo primeiro do jogo deve ser o enriquecimento cultural e artístico dos alunos-jogadores, através de uma atividade que além de lúdica, proporciona o desenvolvimento de habilidades de socialização; interação; comunicação e expressão; apreciação de obras de arte, de espaços culturais e do patrimônio histórico da cidade de Porto Alegre.

Postais MARGS acervo permanente


Postais Ibere Camargo acervo permanente

Regras/ Procedimentos:
Abre-se o Mapa-tabuleiro em uma mesa ou no chão de acordo com a preferência dos participantes;
Os participantes podem escolher seus parceiros de equipe.
Definidas as equipes, cada uma delas será representada por um pião de uma cor diferente.
As equipes posicionam seus peões no Mapa-Tabuleiro, exatamente no marco zero, na Fonte Talavera*, em frente a prefeitura de Porto Alegre-RS, do Mapa-tabuleiro.
O jogo inicia com um sorteio da ordem de jogo das equipes participantes, através do jogo de dados. A equipe que tirar a maior soma numérica dos dados começa a jogar e assim sucessivamente.
A cada jogada, as equipes devem retirar do saco de tecido, uma bola numerada que indicará o local para o qual deverá deslocar seu peão. (Ex. número 89-Fundação Iberê Camargo*)
Chegando ao local indicado, a equipe deverá, pegar o Cartão Postal do envelope correspondente ao local, que trará informações e imagens do local; E uma Ficha de Atividades que indicará o que a equipe deverá fazer e apresentar na próxima rodada. Ou seja, a equipe tem uma rodada para estudar sua tarefa, definir quem apresenta, como será essa apresentação, etc... (Ex. Na Fundação Iberê Camargo*, escolher uma das obras do acervo permanente e apresentá-la aos demais participantes do jogo; ou Falar sobre o Projeto arquitetônico do prédio; ou falar sobre o Projeto Pedagógico da Instituição);
As opções de atividades podem variar de acordo com o nível de compreensão estética ou os estudos que o professor propositor queira desenvolver.
As informações estarão nos Cartões Descritivos, que ficarão à disposição dos participantes para pesquisa.

Outras possibilidades para o jogo:
1) O jogo pode prolongar-se por muitas aulas, e pode também sofrer modificações conforme as necessidades do propositor e dos jogadores, acrescentando-se, ou retirando-se, Cartões Postais, Cartões Descritivos, Cartões de Atividades, ou mesmo um novo Mapa, que pode ser criado coletivamente pelo grupo.
2) O jogo pode ter um caráter mais real, se as atividades das equipes forem “concretas”, como por exemplo, uma que contemple a visitação a um dos espaços e fotografá-lo ou criar um vídeo no local, com a presença física dos participantes, tornando o jogo mais interessante ainda. Basta que o propositor e os alunos-jogadores percebam que isso seja possível e organizem-se de forma a estender o jogo para além-muros...

* Cada espaço, obra, artista, conceito terá seu Cartão Descritivo para que os alunos ampliem seus conhecimentos nas diferentes áreas e linguagens, que ficará a disposição dos mesmo para pesquisa.




Referências:
Leituras da Cidade. Disponível em  http://www.ufrgs.br/leiturasdacidade/oprojeto.php
Jogos antigos. Disponível em http://www.jogos.antigos.nom.br/jmod.asp
Rizomas. Curso (Re)Significando a arte-educação... Disponível em http://moodle.cinted.ufrgs.br/moodle/course/view.php?id=241

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Pina" de Wim Wenders


“Pina” de Wim Wenders

Sônia Maris Rittmann
 
“As coisas mais belas quase sempre estão escondidas. É preciso apanhá-las e cultivá-las e deixá-las crescer bem devagar”.
Pina Bausch


O filme “Pina”, de Wim Wenders, originalmente chamado de Ein film für Pina Bausch. é uma homenagem à coreógrafa, dançarina, pedagoga de dança e diretora do balé Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, localizada em Wuppertal, naAlemanha.

Wenders, cineasta que muito admiro, tem uma capacidade especial de nos colocar frente a frente com situações que oscilam entre o sonho e a realidade, nos colocar dentro da cabeça dos personagens de seus filmes, como em Paris, Texas, em Alice das Cidades, ou ainda no maravilhoso Asas do Desejo. Em Pina não é diferente, o cineasta nos aproxima de tal forma da vida-obra de Pina Bausch, que quase passamos a ver a dança-teatro com os seus olhos.
           
A proximidade do espaço, Wuppertal, em que Pina Baush viveu ao longo de muitos anos, em que ela criou e dirigiu seus espetáculos, nos torna quase seus cúmplices. Andamos pela cidade e pelo palco juntamente com seus dançarinos-atores. Vivemos de forma avassaladora as sensações de vida e morte, tristeza e alegria, paixão e liberdade que seus dançarinos-atores sentem. Esse é ao meu ver um dos grandes méritos do trabalho de Pina, esse romper com a forma tradicional de dança e utilizar a experiência de vida de seus bailarinos, de muitas nacionalidades diferentes, com experiências de dança também diferentes, como parte, inspiração, composição de suas coreografias que eram sempre re-criação, re-invenção, ruptura, movimento de abertura ao novo, ao improviso.

Ao mesclar os depoimentos dos bailarinos sobre Pina com cenas de dança-teatro, Wenders aproxima o público da vida da coreógrafa. Passamos a compreender quem foi essa grande mulher para a história da dança, para quem a vida e a dança se fundiam de maneira indissociável. É a própria Pina quem nos diz: “Tem coisas que nos deixam sem palavras. E tem coisas que as palavras não dão conta de dizer. É aí que entra a dança”.
Impossível falar da cenografia do filme sem falar do responsável por boa parte das montagens do Tanztheater Wuppertal desde 1980: o cenógrafo Peter Pabst, diretor de arte também da produção cinematográfica. É ele quem nos dá as pistas para compreensão do documentário ao afirmar: "Cruzar a fronteira entre o palco e o espectador é uma parte importante da coreografia. Os dançarinos estão constantemente envolvidos com o público, até mesmo fisicamente descendo do palco. Este foi sempre um ponto crucial para Pina Bausch, que suas peças fossem completas em primeiro lugar na cabeça, olhos, coração e nos sentimentos do público”. A cidade de Wuppertal e seus arredores serviram de cenário para os dançarinos da Cia e complementam a trama quase que como se fossem um personagem do documentário. Por mais de 35 anos, essa cidade serviu de casa e inspiração para Pina Bausch, criar e montar seus espetáculos. A composição visual dos espaços, internos e externos, nos arredores da cidade, na própria cidade de Wuppertal ou no palco, ajudam na aproximação com a vida e o pensamento de Pina Bausch.
O filme-documentário começa no teatro em que Pina montou seus principais espetáculos. Logo de início os dançarinos nos mostram uma das fontes de inspiração: as estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. Os elementos da natureza, terra, ar, água, folhas, misturam-se ao cotidiano da cidade em que viveu Pina Bausch para nos contar um pouco sobre a dança e a vida da coreógrafa. O espaço da rua levado para dentro do teatro, uma pedra gigantesca, água que cai sobre a cena, dançarinos sobre as águas...A rua, os trilhos do trem aéreo, fábricas abandonadas, cruzamentos de ruas, transparências de vidros e portas se alternam com cenas no subsolo, em um túnel escuro em que a única luz é do cenografista que ilumina os grafites dos Gêmeos e a própria Pina que surge dançando sobre um carrinho de trilhos como um fantasma... Cenas plásticas belíssimas se alternam com outras que nos oprimem de forma aniquiladora. Tudo contribui para a impressão que Pina-Wenders querem nos dizer. É Pina quem nos alerta assim por acreditarmos que seja a maneira certa. Não estamos aqui apenas para agradar, devemos desafiar o espectador”.
Um último movimento, Pina projetada no palco do Teatro que ela tanto amou, vazio, escuro e última frase, o adeus de Pina e um alerta soturno: “Dance, dance, senão estamos perdidos”.

Referências:
Pina. Filme de Wim Wenders. 2011.
Site oficial do Filme:
Reportagens diversas sobre o filme Pina de Win Wenders. Disponíveis em

http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2012/04/11/pina-filme-de-wim-wenders-439841.asp



Jogo: Baralho Itinerante- Rosana Antunes X Cmaps



Ao tentarmos relacionar a atividade do Baralho Itinerante, proposto pela profª Rosana Antunes, com a proposta da aula de Metodologia da Pesquisa em Artes, pensamos em quanto o mesmo estimula o aluno a construir esquemas de raciocínio lógico, de estabelecimento de relações, com atividades que além de serem momentos de alegria e interação explora as diferentes linguagens plásticas, ampliando seu repertório artístico, cultural e visual. 
A questão de os alunos terem liberdade para escolher as técnicas e as imagens que eles usariam na confecção do mesmo além da natural simpatia que esse tipo de abordagem traz ainda visava contemplar as diferenças etárias, cognitivas e sociais. 

Penso que na confecção do Mapa Conceitual, a lógica é muito semelhante: partimos de um texto comum a todos os estudantes, fizemos nossas escolhas, traçamos nossos caminhos e relações diferentes foram estabelecidas.  Cada um de nós, usando do raciocínio lógico, demonstrou suas escolhas, com um certo nível de liberdade, como no jogo do Baralho Itinerante. Penso serem essas as principais semelhanças entre a atividade dessa aula e o jogo.

domingo, 17 de junho de 2012

Regras do Jogo


A regra é a seguinte: não há regras...
Disponibilizo para todas as colegas um site de  JOGOS ANTIGOS que contém além de muitos exemplos de jogos (alguns nem existem mais) as regras dos mesmos em pdf...
Aproveitem, pesquisem e criem seus jogos.


Namastê, soniamaris

sábado, 2 de junho de 2012

Tempus Fugit

Oração ao Tempo - Caetano Veloso

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...