Caixa de Pandora

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Postagem número 100


Para comemorar a postagem número 100, pedi sugestões de minhas colegas e amigas de curso.
Depois de muita conversa e inúmeras sugestões, achei que essa postagem "histórica" deveria ser a minha cara.
Algo ligeiramente alegre, um pouco contestador e nada ortodoxo.
Eis minha escolha.
Espero que vocês apreciem...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Aprender a aprender

Foi muita gentileza da professora Sinara Boone nos ofertar com esse vídeo para o encerramento da disciplina de Fundamentos da Arte I.
Eu estava tão cansada e tão desmotivada depois de tanto estudo e tão poucas recompensas que esse vídeo foi um sopro de vida nessa jornada que ao que parece vai ficar cada vez mais difícil e ao mesmo tempo surpreendentemente prazerosa.
O vídeo é belíssimo e faz com pensemos em quanto de nosso 'coração', ou alma, se preferir, colocamos nas coisas que fazemos. E de quanto essas coisas transcendem ao fazermos dessa forma. Uma coisa é a técnica aprendida e até executada com perfeição, outra coisa é a 'magia' das coisas feitas com a junção da transpiração com a inspiração. Como eu disse, belíssimo!
Namastê
Sônia Maris



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Auto-avaliação de Fundamentos da Arte I



Somos todos fruto do que vivemos, pensamos e fazemos no nosso cotidiano. Hoje, vivemos, pensamos e fazemos arte. Esse é o nosso objetivo nos últimos meses, na verdade, no último ano. Toda nossa vida deu uma guinada desde que resolvemos fazer o curso de Artes Visuais na UFRGS. Sabíamos desde antes da inscrição no vestibular que não seria fácil. Que a instituição tem um nível de exigência altíssimo e que deveríamos dar o máximo a cada nova disciplina, a cada novo semestre.

Penso que algumas disciplinas são mais prazerosas que outras, que umas são mais teóricas e outras mais práticas, que todas tem coisas boas e coisas ruins. Assim como nós, alunos, temos nossas qualidades e nossos defeitos. Sabemos algumas coisas e outras estamos em processo de aprendizagem. Tomamos decisões difíceis muitas vezes e baseadas no que julgamos ser mais conveniente em cada momento.

Particularmente, aprecio muito História da Arte, tenho muita experiência e facilidade em leitura e em escrita, e não vejo nenhuma dificuldade de entendimento dos textos propostos e das imagens dos trabalhos solicitados. O material disponibilizado é muito rico e deixou-nos com muita vontade de produzirmos nós mesmos o nosso material para as aulas nas escolas. Nem sempre isso é possível. Sabemos das dificuldades das diferentes escolas, algumas com precárias condições e por isso gostaríamos que o material fosse disponibilizado para download, num sistema de criative commons.

Por ser professora de Literatura, utilizo muito de História para a contextualização das minhas aulas, isso facilita muito o entendimento dos períodos da História da Arte que tem uma relação muito próxima com os períodos literários. Faço da História e da Arte utilização constante como ilustração das aulas de literatura. Os alunos gostam e compreendem melhor a Literatura quando inserimos as questões políticas, sociais, culturais e históricas. Esse ano que passou, por exemplo, meus alunos, do 2º ano do ensino médio, fizeram uma Taverna Gótica, com tudo que tinha direito, música, literatura, recital de poesia, imagens em vídeos...Isso por que estávamos estudando o Romantismo e o “mal do século”. Interdisciplinaridade é o nosso cotidiano.

Penso que faltou-nos um momento presencial para que pudéssemos discutir e apreciar conjuntamente as obras e os períodos estudados, as diferentes linguagens, próprias de cada período que são riquíssimas, os materiais e técnicas expressivas de cada artista ou movimento. Isso seria enriquecedor.

Penso que o desenvolvimento de cada um de nós dependeu da dedicação na pesquisa e na busca de outras fontes para o entendimento ou a ampliação dos temas estudados.

Estudamos muito e acredito que esse ser professor-pesquisador não vai se encerrar nunca. É um processo constante, uma formação continuada que todo professor deve ter bem presente. Essa é a nossa realidade, quem não sabe disso está na profissão errada. Somos eternos estudantes.

Tenho uma dificuldade que não é propriamente minha, mas creio que é do formato do curso em EAD: à distância. Gostaria de ter mais contato com as tutoras, que elas ficassem on-line em determinados horários para que pudéssemos conversar, mesmo que por mensagens instantâneas. Algumas disciplinas disponibilizaram esse recurso de podermos ter esse diálogo que creio enriqueceria o curso como um todo.

Penso que aprendi muito e ainda há muito que aprender. Pena que a disciplina foi tão curta, tão corrida. Faltou-nos tempo para poder apreciar mais, contextualizar mais, fazer mais.

Não gosto muito de avaliações que envolvam números, pois sempre me parecem impessoais. Prefiro realmente os pareceres, e assim quero dizer que sou uma aluna que está sempre em dia com as tarefas, sinto prazer em pesquisar e compartilhar minhas descobertas com os demais colegas; penso que todos crescem quando compartilham os saberes; participo dos fóruns quando julgo interessante e tenho algo a dizer que contribua para o crescimento do grupo; julgo que algumas tarefas foram mais instigantes do que outras, deixando-nos com vontade de aprender mais sobre determinados períodos. Outras me pareceram um pouco áridas, sem sabor, talvez por uma questão de gosto pessoal. Senti falta dos feedbacks das tutoras, que somente chegaram hoje, praticamente ao final da disciplina. Não creio que se possa construir algo colaborativamente sendo avaliada apenas no final da disciplina, mas, como disse, são preferências pessoais e não tenho o direito de julgar, é apenas uma opinião que pode ou não vir a contribuir para quem sabe as próximas disciplinas.

Assim como sou crítica com relação aos outros, também o sou com relação a mim mesma e julgo que poderia ter colocado as referências dos trabalhos de acordo com as normas da ABNT e que algumas vezes faltou data de acesso, ou mesmo algum outro dado que me parecia no momento evidente, mas não estava. Peço desculpas por isso. Aprendemos com nossos erros mais do que com nossos acertos.






Arte pré-histórica e Graffiti (em processo)

OsGêmeos - Gustavo e Otávio
mural em Nova York


Pinturas Rupestres em Lascoux


Graffiti de Rui Amaral


Graffiti que gerou polêmica em 2008 no campus vale - ufrgs




Projeto educativo “(Des)semelhanças entre a Arte Pré-Histórica e o Graffiti”

O Projeto Educativo pensado para a aula de Artes Visuais deverá ser elaborado e implementado de forma interdisciplinar com pelo menos os professores da área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Educação Artística, Literatura, Educação Física e Ensino Religioso), podendo ser ampliado para as demais áreas. Penso que seria riquíssimo ter os professores de história e geografia juntos nesse projeto.

O nosso público poderá ser todos os alunos do ensino médio, do primeiro ao terceiro ano, tendo em vista eles já possuírem maturidade suficiente para reflexões mais complexas nas questões da linguagem e da expressão visual.

A idéia básica é que através conhecimento e da apreciação das obras pré-históricas apreciadas em um primeiro momento em slides, e debatidas em grupo, tentar compreender o processo de criação das mesmas; refletir sobre a importância da expressão artística na trajetória de vida do ser humano ao longo da história, desde os primórdios da pré-história, suas conquistas e suas relações com o mundo das idéias, da natureza e da cultura até os dias de hoje, onde o Graffiti toma conta das ruas e das vidas de muitos desses jovens; desenvolver as habilidades de percepção visual e, por fim, experimentar a produção artística com suas próprias mãos, transformando-os de receptores em criadores-produtores de arte, para que eles possam contar a sua história de vida através de suas criações artísticas.

Os passos para desenvolvimento poderiam ser os seguintes:
a) Conhecer a arte pré-histórica e as condições de realização das mesmas em um tempo e espaço determinado historicamente, tanto no Brasil como fora dela, através dos slides e de pesquisa virtual no laboratório de informática; Penso que uma visita aos sitos arqueológicos embora fosse fascinante, ficaria um pouco caro para nossos alunos. Talvez trazer à escola algum especialista para falar com os alunos sobre esse período da história e da arte.

b) Relacionar com a arte do Graffiti e suas condições de produção em nosso tempo. Pode-se buscar através de pesquisa as origens do graffiti, sua história, o desenvolvimento, os principais artistas que trabalham com a técnica. Buscar referenciais que definam o que é considerado graffiti e o que é pichação;

c) Fotografar os graffites que existem na sua cidade, contextualizando-os, quando possível;

d) Apreciar e comparar as imagens da pré-história, pinturas rupestres, com as imagens dos graffites obtidas durante a pesquisa;

e) Tentar estabelecer as (des)semelhanças entre as duas formas de representação, buscando nessa comparação explicações para as suas produções, contextualizando;

f) Tentar estabelecer um juízo de valor estético para as duas formas de arte, sem desconsiderar as condições de produção de cada uma delas, num exercício de análise crítica das obras;

g) A partir da experiência estética com a arte da pré-histórica e do graffiti, elaborar uma intervenção coletiva que possa representar o momento histórico-cultural-social em que vivem. Criando imagens, cores, desenhos, etc. numa experimentação da linguagem do graffiti, com a devida exploração das técnicas envolvidas na criação, tentando fazer com que a sua expressão seja reflexo do seu pensamento e de sua época.

Imagino que o projeto, com a recriação a partir de técnicas e estilos de grafitagem,deva durar um período mínimo de um trimestre para se desenvolver a contento.

Podendo culminar com uma pequena exposição/intervenção artística dos alunos sobre os muros e paredes da escola, a partir de desenhos pré-elaborados em aula e que tanto podem ser livres como releituras de algumas das obras, ou ainda temáticos, a partir de algo que lhes seja relevante.

Imagino que seja perfeitamente viável a execução de tal projeto e que o mesmo pode ser riquíssimo, tanto do ponto de vista cultural, como histórico e social.

É para ser uma análise e reflexão a partir do fazer artístico, do conhecimento da história da arte e da análise da obra de arte, que nos leve a relacionar o espaço do homem dentro da sociedade, que modifica e é modificado, que é parte indissociável do mundo que o cerca. Esperamos que ao final do trabalho tenhamos descoberto, através da expressão artística das obras analisadas, alguns caminhos possíveis para entender o mundo e a nós mesmos.



Ana Mae Barbosa