Caixa de Pandora

domingo, 9 de agosto de 2009

Como aprendemos o que aprendemos?

“Mestre não é quem sempre ensina
mas quem, de repente, aprende.”
Guimarães Rosa

Acredito que o conhecimento é um processo e, como tal, ocorre ininterruptamente, em diferentes momentos ao longo da nossa vida de diversas maneiras. Pode ser a partir de sessões de cinema, ao assistirmos os filmes indicados pelos professores, ao debatermos com os colegas os temas listados no roteiro de reflexão, nos muitos fóruns de discussão, a partir da apreciação de algo desconhecido, entre outras coisas. É um processo contínuo. Juntamos o que não sabíamos com algo já conhecido e assim criamos conexões para um novo conhecimento que extrapola os limites anteriores.

Imagino que esse conhecimento será mais significativo dependendo das características de cada um de nós, indivíduos que somos, em função dos diferentes contextos histórico-sociais em que nos encontramos; de nossas experiências de vida; de nossas motivações ou mesmo de nossos interesses pessoais. Muitas vezes algo se mostra extremamente interessante para uma mim e, para outra pessoa não tem a menor significação. Percebemos isso através dos fóruns de discussão dos filmes “O Sorriso de Monalisa”, “Leões e Cordeiros”, “Nascidos em Bordéis” e “Entre os Muros da Escola”, proporcionados pelo Seminário Integrador I.

Nesse fórum, cada colega além de considerar as questões do roteiro de reflexão dos filmes ainda demonstrou clara preferência por um ou outro filme, identificando-se com os mesmos ou refutando idéias que os filmes trouxeram. Isso também faz parte do processo de aprendizagem. Quando nos posicionamos contra ou a favor, buscamos argumentos lógicos que confirmem nossa tese, embasamos nossa crítica, comparamos as idéias apresentadas, confrontamos as diferenças, contemplamos no nosso discurso a diversidade. É uma construção coletiva que se dá. A contribuição de cada colega do fórum - concordando ou não com ela - nos modifica de alguma forma. Às vezes nossa contribuição é mais afetiva, emocional, outras vezes é mais racional, cognitiva. Somos, muitas vezes, levados por questões morais, éticas ou sociais. Vai depender do momento e da maturidade de cada um, mas aprendemos com isso.

E o professor/tutor onde fica nisso? O professor/tutor ao elaborar a atividade, ao selecionar e organizar os materiais didáticos (filmes, roteiro, dinâmica, etc.) pensou nessa construção do saber por parte do aluno, individual e coletiva simultaneamente. Deixou-nos livres como sujeitos para que pudéssemos construir nosso próprio processo de aprendizado, deu-nos autonomia. O professor/tutor agiu como um mediador do processo.

Como cada um compreendeu e aproveitou esse momento creio que só o tempo dirá. Penso que foi enriquecedor e que desde o início do curso de Artes Visuais, que não tem um semestre fechado ainda, já podemos perceber as diferenças: de postura, de discurso, de construção do pensamento, da prática... Crescemos, evoluímos, pensamos de outra forma, vemos de outra forma... E isso é muito bom.

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