Caixa de Pandora

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Retrospectiva Artes Visuais 1º semestre


Tendo em vista atender a solicitação de organizar o portfólio-blog, pensei em fazer um balanço do primeiro semestre do curso de Artes Visuais, analisando o que aprendi até aqui através das diferentes atividades propostas pelos professores e tutores das cinco disciplinas: Instrumentalização para EAD, Seminário Integrador 1, Fundamentos da Linguagem Visual, Sistemas de Representação e Filosofia da Educação.

1. Quem sou?
Sou professora de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Ensino Religioso e Artes da rede estadual de ensino, em Alvorada, região metropolitana da grande Porto Alegre. Trabalho com alunos do Ensino Médio em todos os níveis e tenho uma turma de Ensino Fundamental de 5ª série e uma de EJA. Minha formação é em Letras-Licenciatura Plena, com habilitação em Língua e literatura, concluída em 1989; fiz ainda dois cursos de pós-graduação em nível de especialização em Ensino de Língua e Literatura – uma abordagem textual, concluído em 1997, e em Supervisão Educacional, concluído em 2004. Sempre que possível tento me atualizar através de cursos, seminários, palestras. Nos últimos anos tenho sido aluna PEC do curso de Pedagogia da UFRGS, em cadeiras como Sociologia, Filosofia da Educação e História da Educação. Acho importante esse vínculo com a Universidade, com a produção acadêmica, com a vida cultural e com pessoas de diferentes formações.

2. Como cheguei aqui?
O ano de 2008 trouxe uma novidade: a possibilidade de fazer uma nova graduação em uma área que sempre foi de meu interesse: Artes Visuais. Melhor ainda, o curso seria na modalidade à distância, o que a princípio parecia um belo desafio e uma facilidade, pois não haveria o transtorno e a perda de tempo deslocamento até a capital. Inscrição no vestibular feita era só aguardar a data das provas. Provas realizadas. Gabarito conferido na Internet. Agora era só esperar a lista dos aprovados. Beleza! Lista publicada, meu nome nela, 6º lugar, nada mal. Isso foi realmente muito bom. Começar o planejamento e organização para realização do curso.


3. O curso de Artes Visuais:
O curso de Artes Visuais demorou um pouco a iniciar. Só tivemos nossa aula inaugural em 18 de outubro de 2008. A solenidade de abertura da primeira graduação à distância da REGESD ocorreu no prédio da faculdade de Direito da UFRGS. Belíssima arquitetura. O diretor da instituição, Dr. Júlio Alberto Nietzsch, fez um breve histórico da criação da REGESD e de sua importância como um marco histórico na graduação à distância.
Após as falas das autoridades presentes, passamos a palestra “A tecnologia como aliada dos educadores”, da Dra. Lea Cruz Fagundes. Nessa palestra, vimos que o professor ao se apropriar da tecnologia, a utiliza para repensar o mundo, a sociedade, o ser humano como uma forma de ampliar a sua consciência e de contribuir efetivamente na construção da paz. E que, a era digital, a sociedade em rede, já é uma realidade em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil. E que, em Porto Alegre, temos um exemplo bem sucedido de informatização na escola Luciana de Abreu, em que cada aluno possui um laptop conectado à Internet e que lá, aprendizagem digital é uma realidade para essas crianças.
Na parte da tarde, tivemos uma explanação da profª Drª Umbelina Barreto, coordenadora geral do curso de Artes Visuais, sobre a organização do curso, o cronograma de atividades, os professores, os tutores, as disciplinas, o ambiente de aprendizagem Moodle, o laboratório de informática e o atelier. Muitas informações novas para processar.
4. Instrumentalização para EAD:
A primeira disciplina do curso de Artes Visuais foi a de Instrumentalização para EAD, com dois encontros presenciais em um laboratório de informática emprestado pela FABICO, da UFRGS. Não teremos aulas no Instituto de Artes como eu pensava. Teremos um Atelier específico para o curso à distância. O nosso laboratório não ficou pronto a tempo. Pelo que soube, somente em março do próximo ano estaremos no nosso laboratório definitivo.
As aulas de Instrumentalização para EAD foram tranqüilas. Tratava-se de se apropriar das ferramentas de informática que iremos utilizar durante o curso. Até aqui tudo bem. Nessa primeira fase pude contribuir ajudando as colegas um pouco menos experientes com o que eu já sabia de informática.
A primeira leitura dessa disciplina foi muito proveitosa “Como administrar o seu tempo”. Útil ao extremo, tendo em vista sermos todos professores da rede pública de ensino com jornadas de trabalho que oscilam de 20 a 60 horas semanais, com alunos. Além disso, ainda temos que conciliar o estudo com família, filhos, lazer e outras atividades variadas.
Parte da disciplina, 40h, foi realizada até o final de 2008. As outras 20h foram desenvolvidas no ano seguinte, até 18 de abril, quando fizemos uma prova sobre o que aprendemos até aquele momento. A ansiedade foi grande, mas tudo correu muito bem. As questões estavam de acordo com o que foi desenvolvido nas aulas.

5. Seminário Arte e Cultura:
Tivemos uma pausa e só retomamos as atividades em 23/05 com o Seminário “Arte e Cultura”. Nesse Seminário, tivemos a oportunidade de assistir a palestra da coordenadora adjunta do curso de Arte Visuais, Drª Maria Helena Wagner Rossi, sobre “A compreensão estético-visual” em que ela nos falou sobre os diferentes níveis de compreensão da Arte.
Nossa tutora presencial, professora Jaqueline Maissiat, apresentou-nos o belíssimo filme curta-metragem francês “Le Ballon Rouge” e utilizou-o para nos falar sobre “Alfabetização áudio-visual: relação entre imagem e educação”, em que salientou a importância da contextualização para a interpretação das imagens; sobre o estabelecimento de relações entre as diferentes linguagens: fotografia, cinema, pintura, etc.; sobre o uso de imagens como recurso didático e sobre a leitura de imagens como forma de reflexão.
A terceira palestra do tutor Márcio Monticelli foi sobre “Arte e Artesanato”, em que nos apresentou as implicações conceituais e as possibilidades pedagógicas dos dois termos, além dos principais historiadores da Arte.
A última palestra foi com a professora Dr Umbelina Barreto, que falou-nos sobre o livro “Cidades Invisíveis” de Ítalo Calvino, em que ele trabalha com as 10 categorias de Aristóteles e as ressignifica e pressupõe os seus opostos. Falou-nos também sobre o “multiculturalismo” que trabalha-se hoje nas escolas e deu uma ênfase especial ao fato de que “discutir as obras de arte é fundamental para o conhecimento da linguagem visual”.




6. Fundamentos da Linguagem Visual:
À tarde, no mesmo dia do Seminário, tivemos nossa primeira aula de desenho, na disciplina de Fundamentos da Linguagem Visual, com as professoras Laura Castilhos e Betina Friechmann, e os tutores Claudia Paranho e Rogério. A aula realizou-se já no nosso Atelier definitivo, na sala 316 do anexo 1 da Reitoria da UFRGS. O espaço é ótimo, mas nesse dia, ficou pequeno para tantos alunos.
Assistimos a uma apresentação multimídia de fotos e depois fomos divididas em dois grupos para termos nossa primeira experiência: “Desenho Cego”. Fomos instruídas a desenhar por um minuto olhando apenas para o objeto observado, sem olhar para o papel. Muito interessante. O resultado ficou mais interessante ainda. Aquilo que parecia um emaranhado de linhas, na verdade, é o que realmente vemos, a essência do desenho, longe dos estereótipos. Eu gostei muito. Segundo nossa professora Betina, trata-se de trabalhar com o lado direito do cérebro, o lado da criatividade.
Tivemos muitas aulas à distância, exploramos nosso lado criativo, como disse a profª Umbelina “nos descobrimos desenhadores”. A professora Betina estava sempre atenta e nos fez trabalhar muito, dando-nos feedbacks constantes de nossos desenhos. A tutora Claudia e o tutor Rogério foram muito solícitos também e sempre nos auxiliavam em nossas dúvidas. Foram realmente aulas muito bacanas, aprendemos muito.
No encerramento da disciplina, dia 18/06, ocorreu um encontro presencial para apresentarmos os trabalhos e fazermos uma auto-avaliação. Belo momento! Além de encontrarmos nossos colegas ainda tivemos a oportunidade de ouvir as professoras e tutoras sobre luz e sombra, perspectiva, volume... Dicas preciosas. Ficou uma vontade de que essas aulas não terminassem...



7. Seminário Integrador 1:
A disciplina de Seminário Integrador 1, ministrada pela professora Drª Umbelina Barreto e tendo como tutora a professora Jaqueline foi a que mais exigiu de nós. Primeiro pelo formato a princípio difícil de ser compreendido, depois, por ser aquela que foi nos proporcionando a maior quantidade e qualidade de informações necessárias a nossa prática docente.
Foi no Seminário que nos demos conta das transformações da educação em uma nova sociedade, a da informação, em que paradigmas devem ser quebrados e embora a resistência exista, os ventos da mudança, da inovação tecnológica são inevitáveis. E que é a partir dessa nova realidade que nossa prática educativa deve ser alicerçada.
No Seminário tivemos também um contato mais profundo com a legislação educacional, sobre as implicações da LDB de 1996 para a nossa atuação, sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais, sobre a regulamentação da formação de professores de Artes.
E, principalmente, foi a partir desse Seminário que descobrimos que ser professor é ser um pesquisador, que uma coisa está interligada a outra, num fazer conjunto, que a própria professora Umbelina sempre diz “pensar, fazer, contextualizar”. Creio que isso é decisivo para nossa atuação como professor-pesquisador, como mediador do conhecimento.
Muitas leituras, diversas técnicas, filmes, vídeos, criação de blogs, trabalhos em grupo, muitos fóruns de discussão, debates algumas vezes intermináveis que nos deixavam com mais dúvidas do que certezas. Aprendemos coisas que não imaginávamos que seríamos capazes, não apenas na questão tecnológica, mas na questão do conhecimento mesmo. Dominar as ferramentas é uma coisa, outra é conseguir usá-las de forma a crescer pessoal e profissionalmente. Mudamos sem dúvida alguma. Nos transformamos em pessoas melhores. Eu penso que aprendi muito. Tinha uma arrogância intelectual descabida, me julgava detentora de saberes que outras pessoas não possuíam. Quanta tolice. Não sabemos quase nada. E o que sabemos devemos compartilhar, socializar com nossos colegas, com nossos alunos, com todos que quiserem. Isso foi uma coisa que aprendi nessa disciplina. Aprendemos sempre...



8. Sistemas de Representação:
Dia 04/06 começamos as aulas de Sistemas de Representação, com a profª Patrícia Câmera e os tutores Vau e Gunther. Pelo que pude sentir nos fóruns, essa era uma das disciplinas mais esperadas e desejadas do curso, se não por todos, por uma grande maioria. Quem não gosta de fotografia? Eu conheço bem poucas pessoas que não se fascinam com uma fotografia. Se todos já amavam fotografia sem saber direito fotografar, imagina agora com os textos do fotógrafo e professor Achutti e as orientações da professora Patrícia e dos tutores Vau e Gunther.
Aprendemos muito sobre composição, luz, enquadramento, foco, tema... Fizemos muitas experiências interessantes. Eu, particularmente, não usava o editor de imagens. Preconceito meu com as fotografias digitais. Agora, vejo que ela possui outras possibilidades tão expressivas quanto as antigas fotos analógicas. É uma questão de sensibilidade e estilo pessoal. Temos que evoluir.
Nossa aula presencial de Fotografia Antiga – Cianotipia foi bárbara. Fizemos imagens com a luz solar com objetos diversos sobre papel e algumas com negativo na mesa de luz no laboratório. A vontade era de que a aula não terminasse. Espero podermos ter outras aulas como essa. Talvez de outra técnica fotográfica. Quem sabe?



9. Filosofia da Educação:
As aulas de Filosofia da Educação começaram no mesmo dia das de fotografia, dia 04/06, com o professor Drº Evandro Kuiava e o tutor Rogério Rosa, sempre presente, interagindo constantemente conosco.
Filosofia trouxe-nos uma nova maneira de pensar e agir no mundo. Enriquecedor sob todos os aspectos: pessoal, profissional, cultural. Como diz o nosso professor "É preciso pensar e refletir sobre os rumos da vida e da sociedade, compreender a realidade em que se vive para depois poder agir, transformar e construir um mundo mais humano e, acima de tudo, adotar uma postura ética diante de tudo o que acontece na sociedade".
Creio que a partir dos questionamentos que vamos fazendo ao longo não apenas do curso de Artes Visuais, mas ao longo de nossa vida é que nos constituímos enquanto seres humanos. E a Filosofia contribui muito nesse processo. Ao discutirmos sobre educação, ética, moral, conhecimento, verdade, ideologia e buscarmos bases teóricas sólidas para tais ensinamentos nos tornamos melhores professores e melhores seres humanos.

10. Perspectivas:
Pensei em finalizar essa retrospectiva do semestre apontando uma possibilidade de continuidade da construção do protfólio-blog através, não de uma retomada semestral, mas, de um balanço mensal das aprendizagens. Penso que algumas coisas podem ter passado despercebidas devido ao distanciamento das atividades realizadas. Se tivesse feito essa reflexão mensalmente teria conseguido um relato mais rico e instigante. É uma sugestão. Uma possibilidade para essa jornada que será longa e, espero, prazerosa. Como na fala da professora Umbelina é uma transformação é “tornar visível o que antes era invisível”.



Um comentário:

  1. Os créditos da imagens não foram adicionados a tempo por esse motivo seguem abaixo por ordem:
    1ª imagem: pintura "A desintegração da persistência da memória" de Salvador Dalí;
    2ª imagem: logos das instituições que fazem parte da REGESD;
    3ª imagem: Desenho Cego de minha autoria;
    4ª imagem: Colagem fotográfica, gentilmente cedida pela colega e professora Rose;
    5ª imagem: emprestada do google imagens free

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