Caixa de Pandora

domingo, 3 de outubro de 2010

Tempo...

"Jardim de Infância" Lia Manna Barreto

Olá, professora Maria Helena!

Quero agradecer as palavras de carinho e incentivo que tens dedicado a todas nós, estudantes de Artes Visuais. Tenho convicção de que são esses pequenos gestos que nos estimulam e fazem prosseguir apesar de todos os percalços.

Difícil responder ao questionamento sobre o tempo que levei para fazer essa leitura. Tudo na vida demanda tempo... muito tempo.

Penso no tempo “relógio” e poderia dizer que foram duas semanas...

Penso no tempo “psicológico” e poderia dizer que desde eu vi a imagem não parei de pensar nela...

Penso no tempo “relativo”, aquele do Einsten, e posso dizer que quando fazemos uma coisa que realmente gostamos e estamos profundamente interessados e envolvidos arrumamos tempo onde antes não existia, e que esse mesmo tempo dedicado a alguma tarefa pouco motivadora pode parecer um dos círculos infernais de Dante.

Penso também no tempo que “escolhemos”, ou que nos escolhe, como preferir, e nesse momento, penso nas minhas colegas que, assim como eu, têm que fazer escolhas de tempo nem sempre justas: dar atenção a um filho que chora ou fazer a atividade da semana de Gestão? Fazer um bolo para esperar uma amiga que precisa de um ombro amigo ou terminar o CMaps? Tomar um chimarrão com o marido que está se sentindo abandonado ou participar de um fórum sobre Objetos de Aprendizagem? Ajudar a colega do curso nas madrugadas no MSN ou dormir uma hora a mais que vai fazer falta amanhã quando estiver trabalhando? Ir a Sala dos Pomares ver a exposição “Silêncios e Sussurros” ou analisar as imagens digitais de ACAI? Terminar de ler um livro ou conversar no telefone com o sobrinho que não vemos há meses? Escrever esse texto e enviar ao fórum ou passar batido e fazer outras tarefas sempre urgentes e importantes? Falar ou silenciar... Escolhas difíceis... Necessárias, mas sempre difíceis.

lembro que o primeiro texto do curso foi sobre "como administrar o tempo". Sei que nós fazemos nossas escolhas, sei que priorizamos algumas coisas que nesse momento parecem mais importantes para nossas vidas, mas algumas vezes essas escolhas me parecem injustas...

“(...)Vivemos um tempo de gestos avulsos e de uma solidão que nos é servida sempre.

Vivemos um tempo de cálculo, de facas e agendas.

Vivemos um tempo onde não há mais tempo para além da urgência.

O que há de humano em nós, o que sobrevive, dói. (...)” M.R.

Namastê

Sônia Maris

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