Caixa de Pandora
domingo, 31 de julho de 2011
domingo, 24 de julho de 2011
"Guerra e Paz"
Perdi a exposição dos paineis "Guerra e Paz" do Portinari no Teatro Municipal do Rio de Janeiro no final do ano passado, início desse ano.
Pois bem! Em agosto, os paineis estarão em São Paulo... Imperdível. Quem quiser saber masi sobre o Projeto que trouxe essa obra magnífica ao Brasil entre no site Guerra e Paz Projeto Portinari
Atração: Exposição "Guerra e Paz" de Candido Portinari
- Serão 180 painéis recém restaurados, cores originais e maior passagem da emoção com a mensagem e a obra de Portinari. Para o filho do artista e diretor do Projeto Portinari, João Candido Portinari, é "quase mágico".
Duração: Dois meses (Agosto e Setembro 2011)
Entrada: Gratuita
Horário: Das 9:00 às 17:00
Local: OCA - Parque do Ibirapuera (Portão 3)
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Viagem de Estudos: Minas Gerais
Muita arte contemporânea em Inhotim, Brumadinho-MG.
Museu Aleijadinho em Ouro Preto-MG.
Muita Arte Barroca em Mariana, primeira cidade de Minas Gerais.
É isso que esperamos com essa viagem.
Na volta, postamos algumas imagens e textos.
Até a volta.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
arte contemporânea
"Arte e Vida: Flagrantes e reflexões"*
"(...)Todos os acontecimentos envolvem pequenas revelações, pausas que interrompem o fluxo e a solidez da realidade, momentos em que a fluência da vida adquire um sentido renovado. Realmente estou convencido de que existem dinâmicas sociais que nos fazem manter a perspectiva de uma convivência mais justa e rica, para além das palavras de ordem e dos movimentos estritamente políticos. E esses acontecimentos singelos são apenas a manifestação fugidia desses processos mais amplos(...)"
*Rodrigo Naves, texto completo disponível em ESTADÃO:CULTURA
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Comentário Final
Finda mais uma disciplina e gostaria de fazer algumas considerações que julgo serem do interesse de todos que cursaram Planejamento Educacional em Artes Visuais.
Primeiramente, gostaria de dar meus parabéns a professora Andrea Hofstaetter pela condução da disciplina e pela escolha de sua equipe. Não é fácil planejar e executar 120 horas de atividades sobre um tema tão rico e tão vasto em poucas semanas. Menos fácil ainda deve ser montar uma equipe que “dê conta do recado” com tanta competência e sensibilidade.
Em segundo lugar, gostaria de agradecer ao carinho e atenção de nossas incansáveis tutoras, Lucia Moraes e Patrícia Viana Bohrer, que estiveram ao nosso lado, dia e noite, sem descanso. Auxiliando, corrigindo, provocando, ouvindo nossas queixas, sanando nossas dúvidas, acompanhando com um olhar atencioso e cuidadoso que só fez com que o grupo todo - tomo a liberdade de falar em nome de minhas colegas - tivesse a oportunidade de crescer sem medo, de se arriscar, de aprender arte.
Por fim quero me desculpar se em algum momento fui inoportuna em alguma fala ou pouco presente em algum dos fóruns da disciplina. Foram muitas as atividades e nos envolveram de forma intensa que acredito que em alguns momentos, por motivos os mais variados, tanto eu como minhas colegas, podemos ter deixado involuntariamente de participar de algum fórum, deixando a impressão errada de falta de interesse, o que seria uma total inverdade. Creiam que essa disciplina foi realmente “um marco divisor de águas dentro do curso”. Acredito que estamos fazendo jus ao filósofo Heráclito que diz que “tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo”, transformando-nos constantemente. Para muito melhor, espero.
Namastê
Sônia Maris
segunda-feira, 11 de julho de 2011
A experiência do visível
“Fazer sentido, acho que é aí que a arte entra na minha vida e na das pessoas em geral. A capacidade das pessoas de fazerem algo em que acreditam, coisas que fazem sentido para elas, e se reinventarem a partir da potencialidade da criação. Essa potência é aquilo que a gente sente que não cabe em nós... É preciso olhar para isso. Assim é que vejo a educação, a arte-educação mais precisamente: como possibilidade do processo de transformação individual, coletiva e social.” *
*fragmento de entrevista com Lílian Amaral Por Julia Goldman de Queiroz Grillo
Janelas (Im)Possíveis
Sônia Maris Rittmann
O artigo Janela Baça: a Bienal de São Paulo e seu formato recente¹, escrito pelo professor Roberto Luís Torres Conduru ² em 1998, aponta as transformações ocorridas na Bienal desde sua criação nos anos 50, focando, principalmente, na 22ª e 23ª edições, dos anos de 1994 e 1996, respectivamente.
De forma bastante didática, o artigo traça um breve panorama das Bienais, começando pela sua criação, nos anos 50, como uma mostra internacional de arte contemporânea; suas edições mais significativas; os artistas internacionais e nacionais que fizeram parte das mostras, integrando o local ao universal, a Bienal como a “grande janela da arte no Brasil”. Passando pelos anos 60, a crise política e social, tanto local, como mundial, reflete também nas artes e, conseqüentemente, afeta as Bienais do período de forma drástica, com vários países recusando-se a participar da Bienal de 1969. Da crise surgem as inovações, a Bienal a partir dos anos 80, já com a figura do curador, inspirada na Documenta da Kassel³, abandona, temporariamente, o caráter competitivo, e passa a se organizar pela “analogia de linguagens” e pautada por temas. No início dos anos 90, com inscrições universais, a 21ªBienal¹, considerada a mais polêmica de todas e que protagonizou uma de suas piores crises.
A partir desse momento, o artigo se debruça mais detidamente nas transformações ocorridas a partir da 22ª e 23ª Bienal¹: o novo formato tripartite, com a limitação das Representações Nacionais a um único artista por país, a re-nomeação do Espaço Museológico como Núcleo Histórico, e a criação da Universalis, uma mostra organizada por curadores tendo como base regiões ao invés de países. É a partir da análise mais detalhada dessas duas Bienais que o autor tece seus comentários mais contundentes. Ao mesmo tempo em que ele aponta as transformações necessárias ao novo formato da Bienal, enquanto instituição, administrada por uma Fundação, e enquanto exposição, tecendo uma crítica feroz ao pouco efeito que essas mudanças trouxeram a efetiva consolidação da Bienal como espaço de discussão sobre a criação artística e a linguagem da arte contemporânea. A crítica do autor parte da grandiosidade da bienal como forma de espetáculo de massa, passando pela diversidade de públicos que pretende atender, pelas questões políticas na “escolha” dos artistas que participam das mostras, pela configuração em espaços geográficos sem a devida reflexão sobre a “arte como instância da representação geopolítica”, pelos números astronômicos (público, artistas, obras, curadores, patrocinadores, cifras, público), pelos temas que mais confundem do que auxiliam, do “palavrório” desmedido.
Como se pode perceber, as críticas são muitas, porém não podemos deixar de elencar as contribuições que o artigo nos traz. Ao apontar de forma tão eloquente os problemas enfrentados pelas Bienais de São Paulo o artigo levanta a questão do seu gigantismo, incentivado pelo Estado, como um dos principais obstáculos a sua fruição. Ao defender “Qualidade, portanto, ao invés de quantidade” leva em conta que se por um lado as Bienais democratizaram o acesso do público leigo à arte contemporânea, “ampliando o horizonte cultural das pessoas”, tirando a arte dos museus, por outro fez com que esse mesmo público muitas vezes se perca em sua imensidão e não consiga estabelecer as relações entre as obras, se houver. Além disso, essa proporção homérica deu à Bienal uma visibilidade no panorama artístico mundial.
O autor ao final do texto traz alguns questionamentos que julgo serem de extrema importância, pois apontam alguns caminhos possíveis, que poderiam ou não ser aproveitados nas Bienais subsequentes. Cito como exemplo a questão educativa, de formação de público, que é hoje uma das grandes preocupações da Fundação Bienal. Penso que o artigo serve como porta de entrada para a reflexão não apenas sobre a Bienal, mas sobre arte contemporânea, relações de poder, política e democratização do conhecimento. Cabendo sua re-leitura aprofundada e com, talvez, outros suportes.
Espetáculo ou não, o fato é que sem as Bienais de São Paulo (e acrescentaria aqui por minha conta as do Mercosul) a arte ainda estaria enclausurada dentro dos Museus, Salões ou em Mostras Particulares, com pouca visibilidade, quase sempre restrita aos cânones da arte, deixando de lado a produção de artistas contemporâneos, menos visíveis no cenário mercadológico das artes plásticas. Outra questão que deve ser levada em conta é que muitos artistas que são trazidos pelas Bienais, o “joio no meio do trigo”, talvez não estivessem ao acesso do grande público de outra forma. Triste realidade de nosso país, poucas pessoas frequentam os Museus e Pinacotecas. Diria que o espetáculo servindo a divulgação da arte, qualquer arte, cabendo a nós, professores de arte, proporcionar que esse espetáculo deixe de ser midiático e seja transformado em momento de fruição, de crítica e de discussão sobre arte, relações de poder e geopolítica. Embaçada ou não é uma janela, uma janela (im)possível, talvez.
Referências Bibliográficas:
¹A janela baça: A Bienal de São Paulo e seu formato recente. Revista Novos Estudos. Edição 52, ano 1998. Disponível em http://novosestudos.uol.com.br/indice/indice.asp?idEdicao=86#835
¹Bienal de São Paulo. Disponível em
http://entretenimento.uol.com.br/arte/bienal/ Acesso em 10/07/2011.
³Documenta de Kassel. Disponível em
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,571335,00.html Acesso em 10/07/2011.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Documenta Acesso em 10/07/2011.
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2398013,00.html Acesso em 10/07/2011.
²Roberto Luis Torres Conduru. Disponível em
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=6DAEF8D2DBC8BB63C2281EDB40D8AB13.node4 Acesso em 10/07/2011.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Mundo de Alice
"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas...
Mas não posso explicar a mim mesma."
trecho de Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll
Experiência reflexiva sobre a prática
A importância da reflexão sobre o trabalho realizado fez com que re-pensemos nossa prática, projetando novas possibilidades de ensinar-aprender artes visuais, como um professor propositor capaz de incentivar a inventividade de seus alunos. Acredito que mesmo tendo sido pouca a duração das atividades realizadas com a turma, alunos e professor tiveram um crescimento mútuo, seja através do diálogo, seja através da criação poética de seus cartões, seja através da apreciação do seu trabalho e dos colegas, seja através das relações históricas e culturais que se construíram a partir das pesquisas. Tudo é aprendizado. Saímos enriquecidos dessa atividade. Propor o novo sempre é um risco. E como é gratificante poder se arriscar, poder “experenciar” junto com o outro, fazendo descobertas, pensando novas maneiras de criar, refletindo sobre o processo, acreditando na importância de seu trabalho para o meio em que vive. Algumas percepções durante o trabalho realizado são impossíveis de se descrever em palavras. Penso que o brilho do olhar de nossos alunos justifica nossa jornada até aqui. Espero que venham outras. Muitas outras.
sábado, 2 de julho de 2011
Relato da Execução do Plano de Aula
Relatório da Aplicação do Plano de aula - ARTE POSTAL
A aula ARTE POSTAL teve como objetivo principal propor uma reflexão sobre as relações entre linguagem, comunicação e arte contemporânea, propondo um diálogo entre a área das Linguagens, Códigos e suas tecnologias e a área Sócio-Histórica, conforme PLANO DE AULA. Tal proposta surgiu a partir de observações sobre a rapidez com que as novidades tecnológicas vão se impondo a todos nós e no quanto vamos deixando para trás “velhos hábitos” como o das correspondências tradicionais: cartas e cartões postais, trocando-os pelas novas formas de comunicação: emails, tweets, MSN, facebook, orkut, etc. Nesse sentido, a ARTE POSTAL foi eleita por seu caráter comunicativo, estético e político.
O primeiro desafio foi vencer a barreira do comodismo, da praticidade dos meios eletrônicos, tão presentes na vida de todos nós, hoje em dia, e partir para uma produção mais “artesanal” que pudesse desenvolver a sensibilidade artística e resgatar essa forma de comunicação tão expressiva. Conhecer o papel histórico e cultural da ARTE POSTAL, elencando os pioneiros utilizaram a mesma e sua intencionalidade, foi estimulante e os alunos adeririam a proposta com muita curiosidade e entusiasmo, fazendo muitos questionamentos durante a sessão do vídeo Arte Postal: um modo diferente de tratar a Arte¹. A curiosidade também recaiu sobre a diversidade de suportes e materiais que poderiam ser utilizados na confecção dos POSTAIS e sobre se esses materiais seriam ou não aceitos pelos Correios. Dúvidas que puderam ser sanadas durante a pesquisa realizada no laboratório de informática e que foram retomadas e discutidas na aula seguinte, durante a criação e produção dos POSTAIS.
Para a criação dos POSTAIS, concordamos em utilizar o formato 10cm X 15cm, mesmo sabendo da possibilidade de utilizarmos outros formatos. A temática eleita para o trabalho foi “O que nos motiva?” e a partir desse tema os alunos expressaram seus sentimentos, gostos pessoais, habilidades nas artes ou nos esportes, afetos... Quanto às técnicas utilizadas, cada aluno pode escolher sua técnica preferida. Tivemos trabalhos com desenhos, colagens, pinturas, técnicas mistas. O resultado foi muito interessante, com uma boa diversidade de trabalhos, que podem ser apreciados nas fotos acima.
Fizemos uma pequena mostra na sala de aula dos POSTAIS produzidos para que os alunos pudessem apreciar os trabalhos dos seus colegas, além de uma conversa informal sobre a validade da atividade para a atualidade, que também serviu como forma de compartilhar os aprendizados e refletir sobre outras formas de realizar os POSTAIS. Algumas propostas de continuidade surgiram, como, por exemplo, participarem de alguma Convocatória de Arte Postal, como a da Constança Lucas, que tem como temática “Os Livros”, tema que interessou aos que participaram da aula de ARTE POSTAL. Além dessa sugestão, os alunos ainda pensaram em trocarem POSTAIS com alunos de uma escola, com a qual mantemos alguns contatos em função de outras atividades conjuntas que já realizamos. Todas as sugestões são válidas e foram repassadas à professora de Artes que trabalha com a turma.
A principal dificuldade encontrada na realização do trabalho penso que foi o tempo de quatro aulas de 45 minutos, embora suficiente para uma introdução sobre a ARTE POSTAL e a produção dos postais, poderia ser maior e até ser retomado e mais explorado pela professora de Artes da turma, dando uma continuidade e um maior aprofundamento da ARTE POSTAL. Além disso, uma exposição dos trabalhos para toda a escola também agregaria mais valor aos POSTAIS dos alunos, que se esforçaram tanto nas suas criações.
O trabalho com ARTE POSTAL trouxe contribuições muito significativas para todos os envolvidos no processo. Tanto que muitos alunos fizeram POSTAIS extras para enviarem a parentes e amigos que moram em outras cidades e estados, alguns manifestaram desejo de utilizarem os POSTAIS para presentearem amigos. Penso que esse trabalho foi muito gratificante e os desdobramentos dele ainda estão por vir, mas, o importante é que o embrião foi plantado, agora é dar o devido tempo para que ele se desenvolva e gere novas possibilidades de aplicação.
Referências:
¹Vídeo Arte Postal: um modo diferente de tratar a arte Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=ayl6BXd2uR4&NR=1 Acesso em 17/04/2011