Caixa de Pandora

sábado, 5 de junho de 2010

Bertold Brecht

Impossível falar em Brecht sem pensar em teatro. Maria Farrar, Galileu Galilei, Antígona, A alma boa de Set Suan, Mãe Coragem (e seus Filhos), Senhor Puntila e seu criado Matti... Para quem não sabe, boa parte delas encenada em Porto Alegre, no Porto em Cena ou na Terreira da Tribo.

Quem quiser assistir um fragmento de uma de suas peças, Maria Farrar, encenada com bonecos por um grupo de Porto Alegre, pode acessar o site
http://www.youtube.com/watch?v=kYK38BZthdM

Impossível falar de Brecht sem pensar em seus textos memoráveis.
Gosto de seu estilo provocador. Trabalho alguns deles com meus alunos adolescentes...
Quem quiser pode ouvir alguns fragmentos de textos interpretados pelo Antônio Abujamra no site
http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/poemas?search=brecht&by=author


"Nada é impossível mudar
Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar. "
Quanto ao texto de Brecht, penso que o ontem e o hoje se aproximam, infelizmente, em muitas coisas.
Penso no embargo a Faixa de Gaza; penso no derramamento de petróleo no Oceano Atlântico; penso nas inúmeras guerras silenciosas travadas diariamente; penso na falta de direitos mínimos da população mundial ocultada pela "festa" do futebol; penso nos trabalhadores amontoados diariamente dentro de transportes públicos por horas a fio indo de um lado a outro, desperdiçando suas vidas; penso nas horas que passamos diante dos nossos computadores, acreditando que podemos fazer a diferença, mas não fazendo absolutamente nada de concreto para que isso aconteça... São inúmeros pensamentos e pouquíssima ação.
Brecht deve estar se revirando no túmulo...

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