Caixa de Pandora

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Projeto Educativo: Câmara de Ecos...

“Câmara de Ecos: O encontro do Barroco com a Arte Contemporânea”

Câmara de ecos

Cresci sob um teto sossegado,
meu sonho era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.

Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.



SALOMÃO, Waly. Algaravias: cãmara de ecos.

Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Apresentação

O presente Projeto Educativo, “Câmara de Ecos: O encontro do Barroco na Arte Contemporânea”, tem como foco principal explorar as ligações possíveis entre a Arte Contemporânea e o Barroco a partir da apreciação-leitura estética das obras de Adriana Varejão. O nome do Projeto teve inspiração na própria fala da artista que ao falar de sua obra cita Severo Sardy quando se refere à câmara de ecos como um espaço de ressonância, onde a noção de causalidade é subvertida, “onde o eco precede, muitas vezes, a voz”:

“Dessa maneira, minha narrativa não pertence a um tempo ou lugar, ela se caracteriza pela descontinuidade. Ela é um tecido de histórias. Histórias do corpo, da arquitetura, do Brasil, da tatuagem, da cerâmica, dos azulejos antigos, portugueses, ou dos modernos e vulgares, dos mapas, dos livros, da pintura... “

São esses tecidos que me interessam, essa colcha de histórias, memórias, lembranças vividas ou imaginadas... Essa invenção-criação que pode ser observada nas obras de Adriana Varejão, que serviram de ponto de partida para o estudo da arte contemporânea, pela comparação-análise da arte barroca, de Minas Gerais, da sua arquitetura, seus anjos, o ouro... Buscar as relações entre arte, história, arquitetura, natureza, ecologia nesse universo riquíssimo que nos é oferecido em Minas Gerais, tanto em Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Congonhas, quanto em Brumadinho com o Instituto Inhotim, onde a arte e natureza se unem de forma esplendorosa.

Alunos envolvidos no Projeto:

Creio que alunos de qualquer etapa de escolarização gostariam de explorar esse universo, porém por uma questão metodológica, traria para esse projeto os alunos do 1º ano do Ensino Médio, tanto pelo trabalho interdisciplinar que poderia ser realizado juntamente com as professoras de Literatura, que trabalham o Barroco nessa série, e com as professoras de História que trabalham o período colonial, o que facilitaria muito a abordagem histórica, social e cultural do período.

Áreas envolvidas:

A Área das Linguagens, sem dúvida alguma, mais a Sócio-histórica, poderiam trabalhar em parceira nesse projeto, trazendo benéficos para todos os envolvidos. Além disso poderíamos envolver as demais áreas como as Ciências Naturais, a partir da questão do Projeto Ambiental que é desenvolvido em Inhotim. Arte, natureza, história, literatura, juntas com o mesmo fim, construir um conhecimento integrado, significativo.

Ações:

A partir da apreciação das obras de Adriana Varejão, que pode ser através de slides projetados na sala de vídeo: apreciar, perceber as características da obra da artista; pesquisar a biografia da artista, sua motivações; pesquisar e estabelecer relações entre as obras da artista e a arte barroca, através de pesquisa virtual no laboratório de informática, com orientação do professor de artes, que fornecerá alguns sites para pesquisa; perceber as questões históricas e sociais envolvidas nas produções artísticas dos dois períodos estudados, tentando estabelecer os vínculos e as divergências entre um e outro.

De posse de todas as informações a ideia é que se produza paineis para o saguão da escola, em que se demonstre não apenas o domínio da técnica de pintura, mas que se perceba que a produção de uma obra de arte está relaciona com o seu tempo e ao mesmo tempo dialoga com outros tempos.

Dessa forma a temática dessa produção artística seria o que os alunos percebem como sendo importantes para eles nessa etapa da vida: suas angústias, sonhos, ideais, aspirações... Essa produção artística deverá levar em conta questões apreendidas de sustentabilidade, meio ambiente, história, sociedade, cultura...

Duração:

A ideia é que o projeto se estenda por um trimestre para que possa ser realmente aprofundado pelos envolvidos, na apropriação do novo conhecimento, na pesquisa histórica-social-cultural e na produção artística.

Socialização:

Imagino que os painéis e a pesquisa possam ser socializados com toda comunidade escolar no próprio saguão da escola: espaço em que os próprios alunos poderão organizar uma mostra inaugural e conversar com os visitantes, explicando sua pesquisa, além de oferecer pequenos workshops de pintura para os alunos menores. Espaço vivo de troca, crescimento, socialização, de se ensinar e aprender...

Avaliação

Será considerado satisfatório se os alunos se envolverem com o projeto de forma integral, participando ativamente de todas as etapas do projeto e demonstrando ter adquirido os conhecimentos que foram acionados nesse projeto.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PuzzleMaker

Olá, pessoal!
Vejam que ferramenta bacana a colega Vanessa da minha escola descobriu e socializou com os professores: Um gerador de caça-palavras. Acredito que possamos considerar um bom Objeto de Aprendizagem.
O site tem outros recursos bem interessantes... Vale a pena explorar.
A única dificuldade é o idioma, para quem não domina muito o inglês.
O teste que eu fiz foi com SURREALISMO, que aproveitei para as aulas de artes.

Boa pesquisa.


PUZZLE_Surrealismo_01

 
E J A M S G O G N K H J W O Q S D H F M 
R R C E C A W M Q E U L L J I K C Y A E 
E X I G F Q L H S A G A Z G N S E N N S 
N W T A E Q B V N I H A M N O P I O T I 
E Y A L N J R M A K L U T B T F L Y A L 
M T M O H I I A A D N A S T E S A C S A 
A U O C M R L D V D O U E S O R L N I N 
G Y T O O A I L F Z M R T R N R B D A A 
R N U P W R X R O I Z O D A R M F I Z C 
I A A K F R E E N P S W M A U U H X V I 
T Z A L J U B O R U A D Z A L K S G L S 
T P T A D U R V R N L E S E S I E W Z P 
E S I C N E Y R H G E R M W P L X W S T 
C A R D I C E R L U I S B U N U E L Z K 
A U C H R A A M A R O D T C A D C Y N E 
D X S A L A T P L R N P W J V L R W Z M 
O Z E I S O N H O J E C P B P N L U J H 
A T S I H P A R A N O I A C R I T I C A 
R T D J Q J B Y H G V N I H L Q G B U A 
A N O T E R B E R D N A O P U P W A V G 

ANDREBRETON
COLAGEM
DORAMAAR
ESCRITAAUTOMATICA
FANTASIA
FRIDAKHALO
FROTTAGE
GUILLAUMEAPOLLINAIRE
HIERONIMUSBOSCH
JUANMIRO
LUISBUNUEL
MANIFESTOSURREALISTA
MANRAY
MAXERNEST
PARANOIACRITICA
PSICANALISE
RENEMAGRITTE
SALVADORDALI
SIGMUNDFREUD
SONHO
SURREALISMO


21 of 21 words were placed into the puzzle.

http://puzzlemaker.discoveryeducation.com/WordSearchSetupForm.asp

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Projetos Interdisciplinares




PROJETOS INTERDISCIPLINARES

Nome do Projeto: Mostra de Idéias, da colega de UFRGS, Neusa Loreni Vinhas, de Candelária-RS.

Áreas envolvidas: todas as áreas

Organização

Grupo de trabalho: o trabalho inicia com áreas afins (área das linguagens) mas no decorrer do processo todas as demais áreas se envolvem e participam com a produção do projeto.

Alunos envolvidos: da educação infantil ao ensino médio

Súmula: O projeto Mostra de Ideias, realizado pela Escola Medianeira de Candelária, é uma grande mostra de trabalhos realizados pelos alunos que culmina com uma grande exposição que tem por objetivo principal “conectar” todos os projetos da escola, unindo ações, reflexões, produções artísticas, culturais e sociais em um único momento, que a princípio era de apenas um dia, e que hoje, ocorre em uma semana de atividades. Uma mostra, uma parada estratégica, um estabelecimento de relações vivas e pulsantes que é, ao que tudo indica, um marco na cidade. Sonho de consumo de qualquer educador.

Nas palavras de uma das educadores, Neusa Vinhas, envolvida nas ações da Mostra de Ideias:

“(...)Alguns projetos caminham conosco como escola, há três ou quatro anos que é Planeta Sustentável,Crack Nem Pensar , Trânsito Seguro e dentro do Planeta Sustentável o recolhimento de pilhas e óleo de cozinha. Nestes anos todos, diferentes percursos aconteceram e muitas turmas foram envolvidas e ainda estão promovendo ações.”

Apresentação e Montagem: A área das linguagens é responsável primeira pelo projeto, porém as ações são discutidas e alinhavadas em grupo, em reuniões pedagógicas mensais, com feedback permanente da área das linguagens. Aos alunos cabe desde o convite às turmas que queiram socializar seus trabalhos, seus próprios trabalhos, até a organização do evento como um todo.

Divulgação: Toda a comunidade se envolve na Mostra de Ideias, todos os veículos de comunicação são acionados: rádio, jornais, Internet. O projeto conta, inclusive, com o acompanhamento de todas as atividades e ações divulgadas no blog da escola.

Documentação: A área das Linguagens cabe a documentação que se dá através de fotos, vídeos e postagens no blog da escola e envio de material para a mídia local e estadual. Vejam um exemplo nas reportagens abaixo:

http://www.folhadecandelaria.com.br/?7871

http://gaz.com.br/gazetadosul/noticia/288993acao_em_escola_aborda_a_seguranca_no_transito/edicao:2011-05-24.html

É extensão intramuros ou extramuros da escola? O projeto Mostra de Ideias é pensado para ultrapassar os muros da escola envolvendo toda a comunidade.

A questão interdisciplinar está presente em todas as etapas do projeto, desde seu planejamento até a sua execução, conforme nos relata a colega Neusa Vinhas:

“Pensamos os projetos além de ações isoladas e, portanto o trabalho apresentado nestes momentos é resultado de ações constantes no ano ou até mais. Percebemos os projetos interdisciplinares além da mera divisão de tarefas entre as áreas, mas no envolvimento em ações cooperativas, alunos e professores.”

O projeto Mostra de Ideias teve no ano de 2011 como foco de atenção a questão do trânsito, dos cuidados que todos dever ter com a vida de seus semelhantes e no respeito que está faltando em nossas ações no cotidiano. Acima deixo algumas imagens cedidas pela colega, que ilustram o quanto a arte está presente nos trabalhos de Mostra de Ideias.

A arte estava presente em vários dos trabalhos: na adulteração de imagens da "arte" sobre a temática "Trânsito"; nas apropriações da obra de Siron franco e suas cruzes brancas que lembrava a mortalidade infantil; na instalação: notícias de trânsito, de acidentes nos jornais, onde parede e teto "falavam" de acidentes e suas conseqüências; na instalação: Sala "corpos" era feita por alunos e um apelo sonoro com luzes e vozes foram determinantes para uma grande reflexão.

Sem dúvida, um belo exemplo de Projeto Interdisciplinar que poderia ser seguido ou, pelo menos, servir de inspiração para outras escolas, outros professores, outras questões a ser debatidas.

Agradeço à colega Neusa Vinhas pelas imagens cedidas para postagem e pelo exemplo de dedicação e competência com que vêm nos brindando desde o início do curso de Artes Visuais.

domingo, 20 de novembro de 2011

Loucura...



The Great Paranoiac- Salvador Dalí_ 1936
Museum Boymans-van Beuningen, Rotterdan, Netherlands

"Não é o medo da loucura que nos forçará a largar a bandeira da imaginação."

André Breton

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Um boa nova...



fotos retiradas do Portfólio do artista

Quando li que teríamos uma nova disciplina, pensei "que chateação! logo agora que temos que dar conta da finalização do estágio, relatórios, mapas conceituais precisando de atenção, fóruns que não acabam mais, filmagens, gravações de áudio... isso sem falar nas escolas que enlouquecem nos finais de ano."
Buenas, mas o que é que tem de "boas novas"? Nada.
A boa nova é por conta do professor que vai ministrar a disciplina Oficina de materiais Expressivos. Ele é nada menos do que Félix Bressan. Vi algumas obras dele nas Bienais do Mercosul. Assisti algumas das peças de teatro para as quais ele fez o cenário. O cara é simplesmente demais. No jargão da moda: O cara!!! Cheguei a comentar com minha amiga Neusa Vinhas, que valeu a pena ter esperado até aqui, só para poder ter aula com esse professor. Seja muito bem-vindo.

sábado, 5 de novembro de 2011

Ver o Som, Ouvir Imagens




Sonic Pavilion, de Doug Aitken

“Ver o Som, Ouvir Imagens”¹

Como de costume, nas disciplinas do curso de Artes Visuais, somos levadas a pensar de forma diferente do que estamos acostumadas. Cada nova tarefa disponibilizada é um desafio (desculpem-me a redundância, mas creio que já devo ter falado sobre isso). Muitas vezes resistimos às tarefas em função de nossa formação anterior ainda calcada em uma lógica linear e totalmente disciplinada, “cada coisa na sua gavetinha”. Então, quando surge uma provocação, em forma de tarefa, que nos obriga a sair da nossa zona de conforto, em geral, ficamos totalmente perdidas. Ficar perdida, por um lado, pode ser muito bom. Digo isso por que “estar perdido” é descobrir-se sem as respostas, descobrir que estamos vivos e que ainda podemos nos surpreender. Surpresas que podem nos levar a pensar, a re-pensar, a reavaliar nossas crenças, nossa forma de ver o mundo e a nós mesmos.

Chega de divagar, vamos ao que realmente interessa aqui: os “sons que vemos e ouvimos”. Quando li a tarefa, fechei meus olhos e tentei ouvir o silêncio. Óbvio que não consegui. Não há silêncio absoluto. John Cage pesquisou o silêncio e compôs uma obra, no mínimo inusitada, 4’: 33’’, em que obrigava os ouvintes a escutarem esse silêncio. Sempre ouvimos algum som, seja ele uma bela melodia ou um ruído desagradável oriundo da poluição sonora a que somos submetidos em nosso ambiente. Gritos, sussurros, vento, mar, cantoria de pássaros, automóveis, sirenes de escola, risos, choros, aparelhos domésticos, a água escorrendo no chuveiro, latidos de cachorro, o som dos nossos batimentos cardíacos (vocês ouvem?) ou da própria respiração... Sempre estamos envolvidas por sons, porém não prestamos muita atenção a eles. Creio que somos mais visuais do que sonoros. Valorizamos mais as imagens do que os sons, tanto que sublimamos a sua presença.

Vamos lá! Aceitando a provocação, vamos a construção do projeto que contemple as atividades. Como fazer um mural musical? Como fazer uma partitura visual? Não faço a mínima ideia, mas, desafio é para isso mesmo. Tentar realizar o que não se sabe muito bem. Começo pensando em imagens, imagens que eu podem evocar sons. Que sons seriam esses? Lembrei de Inhotim. Da sensação de estar em um espaço em que estávamos envolvidos sensorialmente não apenas pelas imagens das obras e da natureza mas, principalmente, pelas sonoridades que vinham de todos os lados. Uma das obras em Inhotim que se pautavam justamente pela questão sonora e, também, uma das mais instigantes para nossa imaginação era a Sonic Pavilion, de Doug Aitken. Essa obra captava, através de microfones a 202 m de profundidade, os Sons da Terra. Ouvir o que parecia não fazer nenhum barulho, sensibilizar nossos ouvidos à escuta atenta de coisas inimagináveis. Inhotim, como diz a propaganda, é impressionante. Por vários motivos. E ela que me inspira a realizar a tarefa dessa semana. É a partir das imagens captadas em Inhotim que pensarei meu Mural Musical e minha Partitura Visual.

Referências:

¹ “Ver o Som, Ouvir Imagens” nome apropriado de Argentino Neto, disponível em http://ideiasemarteeducacao.blogspot.com/2010/01/ver-o-som-ouvir-imagens-consideracoes.html



Vídeos de Johns Cage

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Escola Mundo de Alice



Olá, pessoal!

Estou aqui para divulgar nossa mais recente atividade: a criação de uma Escola.
A escola em questão, Escola Mundo de Alice, está em fase de criação e aceitando novos sócios para sua concretização.
Mais detalhes no blog da Escola ou com as parceiras que já confirmaram a participação. São todo(a)s muito bem-vindos.

Namastê
Sônia Maris

sábado, 29 de outubro de 2011

O caminho das pedras



Podcast e Player de áudio

Depois de alguns dias pesquisando sobre os Podcasts e sobre como colocar player de áudio no blog, achei um caminho bem tranquilo para fazer ambos.
O teste eu já publiquei com um música do Angelo Primon. Agora socializo o tutorial que me deu o caminho das pedras: ALL TUTORIAL.

Boa sorte na criação de seus podcasts.
Namastê
Sônia Maris

teste áudio 2





quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Jack, O Estripador- Podcast premiado

Escriba Café - esse é o nome do site que disponibiliza vários Podcast.
O podcast Jack, o Estripador foi premiado e merece destaque.
Quem ama literatura - eu, por exemplo - vai amar essa história de terror, suspense e muita emoção, agora em áudio. Os efeitos sonoros que o Christian Gurtner criou são bem bacanas. Vale a pena conferir.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Palavras...


“Nós levamos o mundo na nossa boca ao falar” Li essa frase em um texto da Mirna Spritzer, não lembro se é dela ou é uma citação de outra pessoa. Frase linda e ao mesmo tempo preocupante. O que importa é que quando falamos, nem sempre pensamos em "como" falamos... e que nessa fala, partilhamos muito mais do que palavras... Cuidado! Esse é o ponto em que queria chegar... Devemos sempre ter muito cuidado ao falar...falando estamos diante do outro...que nos escuta...que com-partilha nossas palavras.
Devíamos ouvir mais e falar menos...
A palavra fere.

domingo, 23 de outubro de 2011

Acordes Dissonantes


Acordes Dissonantes: Projeto de Intervenção

Tá lá o corpo

estendido no chão

Em vez de rosto uma foto

de um gol

Em vez e reza

uma praga de alguém

E um silêncio

servindo de amém..."

João Bosco

O desafio de pensar sobre o nosso entorno, sobre o que observamos ao nosso redor, quando andamos (ou corremos) de um lado para o outro, o que se tornou rotina e o que não percebemos se não paramos um minuto e olhamos com bastante atenção, o que para cada um de nós é importante e aquilo em que nunca pensamos, o que nos afeta diretamente, o que afeta toda uma comunidade, são apenas algumas das questões que surgiram durante o processo. Pensando nessas questões e em outras que foram se agregando, trago para o foco das atenções as relações entre o ser humano e o ambiente, de uma forma muito específica: o conflito entre o homem e a máquina. A fragilidade e finitude da vida em contraponto a emergência da automação e da velocidade.

A ideia do projeto Acordes Dissonantes surgiu da observação de um problema que ocorre no lugar onde moro boa parte da semana: uma praia, próxima à cidade, que tem, normalmente, uma população bastante pequena - composta basicamente de aposentados e alguns profissionais liberais que trabalham em casa - e a população flutuante que migra para o litoral aos finais de semana, se multiplicando de forma desordenada e enlouquecida devido à atração da Plataforma de Pesca e a prática do surfe.

A questão central é o trânsito na orla e os perigos que esse aumento de fluxo traz aqueles que vivem de forma quase bucólica durante toda a semana. O contraste entre o silêncio durante a semana em que ouvimos tão somente o som das ondas quebrando e dos pássaros - gaivotas, bem-te-vis, corujas, carruíras, quero-queros - e o barulho ensurdecedor dos carros que passam acelerando seus motores, como se fosse o último final de semana da vida deles. A pressa é tanta que freqüentemente temos casos de atropelamentos e xingamentos de ambos os lados, freadas bruscas, buzinas... Pedestres e motoristas não se entendem. Dois sons distintos se observam, sem que haja harmonia entre eles. Falta tolerância, falta educação, falta gentileza e respeito para com a VIDA.

Para tentar chamar a atenção para essa situação, pensei em fazer uma instalação (ou seria interferência?) na paisagem que obrigasse os observadores, tanto os pedestres quanto os motoristas (“monstroristas”, como ouvi outro dia) a lançar um outro olhar sobre o espaço e quem sabe, refletir sobre a forma com que ambos estão agindo nele. Como? Pensei em desenhar um corpo morto estendido no chão, aos moldes de uma cena de crime, para forçar o olhar para o chão e para a possibilidade não tão remota assim de que realmente um corpo possa ser atropelado e morto naquele espaço de guerra. Ainda não sei se usarei as fitas de isolamento (preta e amarela) por que isso impossibilitaria que os carros passassem por sobre o “corpo”. Ainda está em processo, mas a ideia já está alinhavada...

Sônia Maris Rittmann

Pólo UFRGS POA 1

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Projeto WebRádio Escolar Gentil




APRESENTAÇÃO-JUSTIFICATIVA

A deficiência no processo de comunicação entre escola e aluno é tida como um dos entraves na concretização do processo ensino- aprendizagem. Utilizar estratégias de comunicação de rádio neste processo é ampliar as possibilidades de sua concretização.

Estratégias tais como: uso adequado da voz, utilização de recursos de áudio para facilitar a transmissão de conhecimentos, adaptação de processos educativos com uso do rádio, além da criação de laboratório de comunicação no qual o aluno poderá mostrar além de sua capacidade criativa, a capacidade de trabalhar em equipe, a possibilidade de mostrar seu talento, são algumas das vantagens que este projeto poderá proporcionar a escola.

OBJETIVO GERAL

A meta deste projeto é formar um Núcleo de Comunicação que se utilizará da rádio com finalidade pedagógica. Para que esse projeto aconteça prevemos primeiramente a implementação do Projeto Rádio Escolar.

As etapas deste projeto consistem criar condições para treinamento e formação de equipes de comunicadores no intuito de tornar possível o uso da linguagem radiofônica no processo de ensino escolar; colaborar como ferramenta de transmissão de conhecimentos interdisciplinares e transdisciplinares; permitir (aproximar) o acesso à informação cotidiana e de utilidade pública; construir modelo operacional para tornar o projeto Núcleo de Comunicação permitindo assim a realização de produções que possam atender as necessidades internas e da comunidade ao redor além de estimular a produção e troca de materiais de apoio pedagógico.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Melhorar o espaço de convivência;

2. Possibilitar a integração escola-aluno-comunidade;

3. Ampliar as possibilidades de práticas interdisciplinares e transdisciplinares;

4. Complementar o aprendizado, ampliar a capacidade intelectual e as habilidades dos participantes;

5. Criar condições para melhoria da comunicação institucional;

6. Dar voz aos alunos;

7. Socializar as aprendizagens com a comunidade escolar através de uma web-rádio com a criação e divulgação de Podcasts de conteúdo educacional.

NECESSIDADES

1. Equipamentos e espaço físico

2. Equipe de comunicadores

3. Coordenação pedagógica

4 .Capacitação

5. Integração pedagógica

6. Logística operacional

7. Encontros para avaliação

DESAFIOS

• Desconfiança pedagógica

• Reclamações em relação ao barulho, a música, ao conteúdo, à saída de alunos da sala de aula...

• Problemas técnicos

• Controle excessivo do espaço

• Gestão individualizada

• Falta de planejamento operacional

• Conflitos multilaterais

ESTRUTURA TÉCNICA

EQUIPAMENTOS


• Mesa de som

• Microfone

• CD PLAYER

• TAPE DECK (podemos usar mídias disponíveis na Internet)

• Gravador (Repórter)

• Caixas de som

• Transmissor ou amplificador

• Computador (com acesso à Internet)

. Programa Audacity (download grátis da Web)

ESPAÇO

• Estúdio 2x2 m (mínimo)

• Acesso Privativo

• Mesa e cadeiras

• Prateleira


INTEGRAÇÃO

• Trabalhos em sala de aula com suporte de alunos capacitados que possa auxiliar o professor em atividades com rádio;

• Capacitação de educadores para construção de proposta comunicativa em sala de aula;

• Construir projetos interdisciplanares e transdisciplinares elaborados em colaboração entre professores e alunos:

Rádio Novela ou Rádio Teatro (em processo);

Hora do Conto (Leitura de Contos e Contação de histórias);

Quintana a Toda Hora (leitura de poesia);

Jornal do Gentil (notícias de interesse da escola e da comunidade);

Dicas para o ENEM e Vestibular (dicas elaboradas pelos professores da escola);

Mateando no Gentil (contação de causos gauchescos);

Eu Sou Gentil (“pílulas” de incentivo ao convívio social civilizado e cordial);

Divulgação e socialização do Podcast (em construção) através de Feed na página da web do PROJETO LER É ARTE e da ESCOLA GENTIL.

LOGÍSTICA

• Pauta (Roteiro de desenvolvimento do programa)

• Grade de Programação

• Reunião de Pauta

• Controle de Identificação

• Código de conduta ética

• Cultura de multiplicação (Podcast)

• Verificação periódica dos equipamentos

PÚBLICO ALVO

O projeto visa trabalhar com toda a comunidade escolar da EEEB Prof. Gentil Viegas Cardoso ( alunos, professores, funcionários, direção e demais interessados) em todas as modalidades de ensino da Educação Infantil ao Curso Técnico, contando inclusive com a participação da EJA. Extrapolando os limites dos muros da escola, pretende-se que a web-rádio possa ser acessada por outras pessoas que se interessem por educação e cultura.

RESPONSÁVEIS PELO PROJETO

Criação: Profª Rosilene Souza Lopes e alunos da turma 1103

Colaboradores: Profª Sônia Maris Rittmann e demais alunos do ensino médio

(espera-se que todos os professores se integrem nessa proposta, principalmente, os da área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias)

APOIADORES







MODELOS DE IMPRESSOS (a serem utilizados na organização dos programas)


GRADE DE PROGRAMAÇÃO

Turno: Manhã

DIA /HORÁRIOS

SEGUNDA

TERÇA

QUARTA

QUINTA

SEXTA

PERÍODO






PERIODO






PERÍODO











PERÍODO

HORÁRIOS/equipes

1º ______________

2º ______________

3º ______________

4º ______________

O número de participantes se limitará a 04 e será obrigatória a apresentação de pauta e projeto descritivo e piloto.

LAUDA DE APRESENTAÇÃO DE PROGRAMAS

DATA HORÁRIO

PROGRAMA

EQUIPE

TEMA

ABERTURA (saudação, identificação, tema)

MUSICA 1 ARTISTA FAIXA

BREAK (introdução do tema)

MUSICA 1 ARTISTA FAIXA

BREAK (finalização do tema)

MUSICA 2 ARTISTA FAIXA

BREAK (Informativo)

MUSICA 3 ARTISTA FAIXA

ENCERRAMENTO (agradecimentos, despedida, ficha técnica )

MUSICA 4 ARTISTA FAIXA

MODELO DE PROJETO

PROJETO PILOTO DE RÁDIO:

PROGRAMA

EQUIPE

PUBLICO ALVO

PERIODICIDADE

DURAÇÃO

OBJETIVO

ESTILO DE PROGRAMA

(JORNALÍSTICO HUMORÍSTICO VARIEDADES MUSICAL

INFANTIL ENTREVISTA INTERATIVO CULTURAL

RADIONOVELA ESPORTIVO COMPORTAMENTAL OUTROS)

PROGRAMAÇÃO MUSICAL

ROCK RAP SAMBA

SERTANEJO POP REGGAE

ELETRONIC RITMOS BRASILEIROS OUTROS

PARTICIPANTES

NOME / IDADE FUNÇÃO CONTATO

COORDENAÇÃO DATA :

PROJETO RÁDIO

FICHA CADASTRAL

NOME

ENDEREÇO

TELEFONE E-mail

DATA DE ENTRADA DATA DE SAÍDA

FUNÇÃO

EQUIPE

HORÁRIO / DIA DE ATUAÇÃO

domingo, 16 de outubro de 2011

Sobre educação e arte



Lendo a postagem da colega Neusa me veio a mente essa frase de Roland Barthes:
"Nada de poder, um pouquinho de saber e o máximo possível de sabor".
Acredito que esse possa ser um caminho para a educação hoje.

Algumas relações possíveis entre arte e ciência






Ao pensar na relação entre arte e ciências penso na questão do método científico amplamente utilizado nas ciência e que de forma livremente adaptada pode ser percebida na utilização dos “experimentos” em arte. Experimentos com o corpo, como na obra de Orlan, ou na utilização de animais, como nas obras de Eduardo Kac, que mistura arte, tecnologia e ciência. Penso também nas novas tecnologia na criação de obras que misturam vídeo, fotografia, instalação, multimídia e performance, como vimos, principalmente na Bienal passada, nas obras expostas no Santander Cultural. Ou ainda, no artista Walmor Correia, que fazia desenhos anatômicos de seres imaginários, em exposição no MARGS, também na Bienal passada.

O pintor brasileiro contemporâneo, Walmor Corrêa, desenvolve trabalhos em pintura e desenho tradicional (Arte Acadêmica, ilustração), desenvolvendo o relacionamento entre Arte e Natureza e entre Arte e imaginário científico. Trata-se de uma representação iconográfica – acadêmica, científica e documental – e um imaginário teratológico (imaginário popular). Corrêa restaura para o presente a visão naturalística, mas ele oferece um outro ponto de vista, com a intenção de propor simulacros para nosso próprio mundo. Nas palavras do próprio artista “Meu trabalho é uma espécie de jogo entre a ciência e a arte. Mais do que questionar a ciência, eu intensifico o sonho, a mentira. É uma tentativa de quebrar alguns paradigmas.” Walmor Correa- Os seres Imaginários (Revistas Bienart, nº 20 ANO II,2006, Junho P.34)

Como nos diz Carla Rodrigues “O que venho maquinando é a ideia de uma educação da multiplicidade, em que possamos atentar para as diferentes formas e entrelaçamentos com que a arte, a filosofia e as ciências educativas se oferecem nesta contemporaneidade. (...) Uma educação que não empobrece a racionalidade com narrativas da certeza, mas que potencializa a criação, a invenção, a diferença, a variação, outras forma de viver.”

Arte Conceitual


Para tentar responder se uma obra é arte ou não, na contemporaneidade, penso ser necessário compreender, mesmo que minimamente, que quando se trata de arte contemporânea, os princípios que usávamos para compreender arte já não são mais os mesmos. Segundo, Cristina Freire, na arte conceitual, vivemos um momento marcante na história da arte contemporânea, e, de modo geral, operamos na contramão dos princípios que norteiam a obra de arte, a saber:

“Em vez de permanência, a transitoriedade; a unicidade se esvai frente à reprodutividade; contra a autonomia, a contextualização; a autoria se esfacela frente às poéticas de apropriação; a função intelectual é determinada na recepção.”

Podemos dizer que, quando tratamos de arte conceitual, falamos de muito mais do que formas, materiais e técnicas, que a ideia é mais importante do que o fazer artístico ou o próprio objeto artístico; “as ações, situações e performances espalham-se pelas cidades”¹. A figura do espectador é parte importante para a constituição da obra e que artista, cuja função fica diluída nessa nova relação. Artista e espectador dividem espaço de forma a dar sentido à obra. O próprio entendimento de tempo e espaço fica subvertido, como, por exemplo, na performance, instável no tempo, ou da instalação, transitória no espaço.

No caso da arte brasileira e latino-americana, a arte conceitual foi demarcada por um período na história da arte contemporânea, durante os anos 60 e 70, cujo foco de atenção concentrou-se mais no viés político e social, muito em função do contexto vivido em vários países no período, que era de ditaduras violentíssimas que tentavam de todas as formas frustrar as iniciativas de expressão democráticas, resultando daí, “um ativismo político de conteúdo utópico”¹ bastante forte.

Qual o sentido da educação hoje?





No mundo contemporâneo os desafios são inúmeros e a educação, como não poderia deixar de ser, é reflexo desses desafios. Vivemos um tempo de medos e inseguranças, em que a cada novo dia, enfrentamos questões antes impensáveis. O que antes era exceção, hoje é regra. O estranhamento é a rotina. Não sei ao certo se nosso modo cotidiano de viver se sustentará até eu acabar de digitar esse texto. Exagero? Não creio. Na velocidade em que as descobertas e inovações tanto tecnológicas quanto biológicas avançam, penso que não é exagero afirmar isso que digo nesse momento. O que está valendo hoje, não necessariamente valerá amanhã. Se isso deixa professores, adultos inseguros, imaginem, crianças e adolescentes que nasceram e crescem nessa lógica. Nas palavras da professora Carla Rodrigues, “Em estado de puro estranhamento, os olhos têm as pupilas dilatadas quando suportam ver, escutar e dizer diante dos movimentos velozes que arrebatam os modos cotidianos de estar no mundo.” Como fica a educação nessa nova ordem mundial? Difícil responder à essa questão, penso que temos mais dúvidas do que certeza, mas, podemos ter “pescar” algumas pistas no trecho abaixo:

“Uma educação menos do macro e mais do micro, includente de cuidados éticos com os outros e cuidados estéticos consigo. Quer queira-se, quer não, vive-se neste tempo. Tempo de muitos acontecimentos que nos tiram do lugar comum: tempos de pânico, de velocidade, de ansiedade, de solidão, de AIDS, de famílias anucleadas, de câncer, de células-tronco, de telefonia celular, de clonagens etc. Tempo em que crianças são jogadas por janela de edifício, em que políticos carregam dinheiro escondido em suas vestimentas íntimas. Pulula a conhecida indagação com indignação: O que estamos fazendo de nós mesmos? Que seja possível, para cada um de nós, arquitetar um corpo sensível para os acontecimentos deste tempo. Corpo este com fendas para perceber os efeitos das sensações que nele vão surgindo, por meio das relações estabelecidas com as matérias que o põem em agitação. E, assim, reconfigurar formas de vida a partir daquilo que lhe desestabiliza! Perspectivas e limites...”