Caixa de Pandora

domingo, 16 de outubro de 2011

Arte Conceitual


Para tentar responder se uma obra é arte ou não, na contemporaneidade, penso ser necessário compreender, mesmo que minimamente, que quando se trata de arte contemporânea, os princípios que usávamos para compreender arte já não são mais os mesmos. Segundo, Cristina Freire, na arte conceitual, vivemos um momento marcante na história da arte contemporânea, e, de modo geral, operamos na contramão dos princípios que norteiam a obra de arte, a saber:

“Em vez de permanência, a transitoriedade; a unicidade se esvai frente à reprodutividade; contra a autonomia, a contextualização; a autoria se esfacela frente às poéticas de apropriação; a função intelectual é determinada na recepção.”

Podemos dizer que, quando tratamos de arte conceitual, falamos de muito mais do que formas, materiais e técnicas, que a ideia é mais importante do que o fazer artístico ou o próprio objeto artístico; “as ações, situações e performances espalham-se pelas cidades”¹. A figura do espectador é parte importante para a constituição da obra e que artista, cuja função fica diluída nessa nova relação. Artista e espectador dividem espaço de forma a dar sentido à obra. O próprio entendimento de tempo e espaço fica subvertido, como, por exemplo, na performance, instável no tempo, ou da instalação, transitória no espaço.

No caso da arte brasileira e latino-americana, a arte conceitual foi demarcada por um período na história da arte contemporânea, durante os anos 60 e 70, cujo foco de atenção concentrou-se mais no viés político e social, muito em função do contexto vivido em vários países no período, que era de ditaduras violentíssimas que tentavam de todas as formas frustrar as iniciativas de expressão democráticas, resultando daí, “um ativismo político de conteúdo utópico”¹ bastante forte.

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