Caixa de Pandora

segunda-feira, 28 de maio de 2012

PRECISAMOS DE MAIS TEMPO


Em homenagem às nossas colegas da aula de sábado...os esqueletinhos do IA, deixo essa imagem, pescada na internet, para pensarmos se não estamos sendo pouco explícitas com relação à nossa maior dificuldade encontrada ao longo de praticamente todo o curso de Artes Visuais:  a falta de TEMPO!!!!!!

sábado, 26 de maio de 2012

Encontros e Despedidas...

Mande notícias
Do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando...

Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero...

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega prá ficar
Tem gente que vai
Prá nunca mais...

Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai, quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir...

São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem
Da partida...

A hora do encontro
É também, despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida...

(milton nascimento)

sábado, 19 de maio de 2012

A escultura no campo expandido


A ESCULTURA NO CAMPO EXPANDIDO
Sônia Maris Rittmann 
Mary Miss_Perimeter Pavillions Decoy
A partir do fragmento do texto de Rosalind Krauss, “A Escultura no Campo Expandido”, pode-se perceber uma transformação importante na história da arte no que se denomina como escultura antes e depois do modernismo e do que chamamos hoje de linguagem tridimensional.
Segundo a autora, a escultura, também denominada de estátua, durante centenas de anos foi vinculada à lógica do monumento, por ser basicamente figurativa e ter como função principal representar um acontecimento glorioso ou uma personagem (histórica, mitológica ou religiosa).
A maleabilidade hoje que se tem do termo “escultura” traz a cena as mais diferentes obras - “corredores estreitos com monitores de TV ao fundo; grandes fotografias documentando caminhadas campestres; espelhos dispostos em ângulos inusitados em quartos comuns; linhas provisórias traçadas no deserto” – evidenciando, nas palavras da autora, como um termo cultural pode ser ampliado a ponto de incluir quase tudo.
Dessa maneira, ao nos referirmos à escultura devemos ter em mente que a mesma não é uma categoria universal, mas uma categoria ligada à história, sujeita a mudanças, dentro de uma lógica interna que se abre a uma variedade de situações. Se até meados do século dezenove pensava-se a partir da lógica do monumento, esse paradigma só foi quebrado, entre os séculos XIX e XX. Rodin foi o principal responsável por essa mudança ao realizar sob encomenda, pelo menos duas esculturas que contribuíram para essa mudança de paradigma: as Portas do Inferno e a escultura de Balzac. Nelas fatores como as múltiplas cópias pelos museus do mundo, a falta de uma versão oficial em seu lugar de origem, a inoperância das portas e a subjetividade com que Rodin esculpiu a imagem de Balzac, atestam uma mudança que passou a ser chamada de condição negativa da escultura.
 
Portas do Inferno - August Rodin
 Balzac - August Rodin

 “(...) entramos no modernismo por que é a produção escultória do período modernista que vai operar em relação a essa perda de local, produzindo o monumento como uma abstração, como um marco ou base, funcionalmente sem lugar e extremamente auto-referencial.” (KRAUSS, 1979)
Desde então aconteceram muitas rupturas no campo escultórico fazendo com que o mesmo se expandisse de tal forma que fica difícil denominarmos escultura algumas das produções artísticas que embora apresentem a linguagem tridimensional como princípio apontam em direções bastante antagônicas. A autonomia expressa pela diluição da base, fazendo com que o pedestal se torne parte da obra, como, por exemplo, em Brancusi.

Constantin Brancusi . Beginnig  of the World. 1924

A escultura modernista conseguiu por um certo tempo um “espaço ideal para explorar, espaço este excluído do espaço temporal”, que durou até meados dos anos 50, quando passou a ser sentida como negativismo e a escultura desse período passou a ser considerada como um “buraco negro da consciência”, algo de difícil definição e que parecia ser mais fácil de se compreender por aquilo que “não era”. Podemos perceber isso através de obra de Robert Morris.

Robert Morris. Sem título ( mirrored boxes). 1965.
Referências:
KRAUSS, Rosalind. A escultura no campo expandido. Disponível em http://moodle.regesd.tche.br/mod/resource/view.php?id=19556   

Articulando o Objeto de Aprendizagem



Nome completo do aluno: Sônia Maris Rittmann
Referências da obra principal de sua prancha:
Cândido Portinari, Retirantes, 190cm X 180cm, 1944, painel a óleo/tela

Nome completo do colega 1: Maristela Lain Cesar
Referências da obra principal da prancha do colega 1:
Michelangelo Buanarotti, Pietá, 1448, escultura em mármore

Nome completo do colega 2:Neusa Loreni Vinhas
Referências da obra principal da prancha do colega 2: Claudia Andújar, Série Marcados, 1981-1983, fotografia (políptico)




Partindo do pressuposto que toda aprendizagem deva tentar estabelecer um processo de inferências entre os conhecimentos que se possui e os novos conhecimentos a serem construídos, cada uma das obras escolhidas para esse objeto de aprendizagem, com suas especificidades - pintura modernista, escultura renascentista, fotografia contemporânea - possibilita a abordagem dos conhecimentos da arte a partir de pelo menos um fio condutor: a representação da figura humana através do tempo.  Para tanto, é necessário apresentar as obras de arte contextualizadas, como produto cultural e histórico, situadas em tempos e locais diferentes, com formas e conteúdos distintos, possibilitará uma maior compreensão das diferentes linguagens e códigos utilizados pelos artistas.

Michelangelo Buonoratti, com a Pietá, escultura renascentista, nos possibilita a abordagem histórica e artística de um dos períodos mais importantes para a História da Arte: o Renascimento, ponto de grandes transformações no mundo e na arte. Explorar a linguagem tridimensional e seus elementos constitutivos (forma, volume, superfície, material, equilíbrio, escala, dimensão), tantas vezes deixados de lado nas escolas, por falta de espaço, material ou até mesmo interesse, poderá despertar o interesse dos alunos.

Em Retirantes, de Cândido Portinari, podemos investigar os elementos constitutivos da arte modernista, partindo do estudo da pintura, observar os traços expressionistas, as figuras esquematizadas, as linhas vigorosas e o uso de uma paleta de cores escurecidas; a dramaticidade da representação de um universo singular: vida-morte, memória-criação, sagrado-profano, arte-história.

Em Marcados, de Claudia Andújar, podemos pensar sobre a fotografia na arte contemporânea como uma linguagem artística e não como meio de reprodução do real; no quanto essas imagens podem nos perturbar, provocar ou incitar, no enquadramento utilizado, na forma escolhida pela artista para compor suas imagens, na escolha do preto e branco, na questão temática, para além do óbvio, a partir de uma população específica. Além disso, também podemos desenvolver uma pesquisa sobre a história da fotografia, do registro histórico e documental, da fotografia experimental, chegando até as pesquisas mais recentes da fotografia contemporânea.

Através dessa seleção de imagens, propomos aos estudantes do 1º ano do Ensino Médio, de uma escola pública na região metropolitana de Porto Alegre, um trabalho de percepção, sensibilização, cognição e reflexão a partir das obras e dos diferentes contextos históricos, culturais e artísticos (século XV, início e final do século XX), tendo como fio condutor a representação da figura humana, que leve em conta as diferentes períodos da História da arte - Arte Renascentista, Moderna e Contemporânea; Arte Brasileira e Arte Universal – as diferentes linguagens, técnicas, materiais e contextos de produção das mesmas. A articulação com outras disciplinas pode se dar através da História (linha do tempo; influência da Igreja e do Estado na arte, Política e Arte, os Mecenas das Artes), Sociologia (Movimentos Sociais, Urbanização, Migrações, Povos Indígenas, Imigrantes), Literatura (Movimentos literários correspondentes aos períodos), Ensino Religioso (a mudança de paradigmas da antiguidade para o Renascimento, o novo papel do Homem), Geografia (política, social, espacial; as migrações dos povos, os grandes centros urbanos), Língua Portuguesa (influências do tupi-guarani e do italiano na língua portuguesa) e Língua Estrangeira (o Latim na constituição de diversas línguas), Biologia (teorias genéticas e ambientais), Química (processo de produção de tintas e emulsões fotográficas), Educação Física (o corpo, o movimento). Cabe destacar que, além do trabalho  nestas disciplinas, a disciplina de Artes Visuais, seria a catalizadora de todo o projeto interdisciplinar, e ficaria responsável pela concepção, fomento, desenvolvimento e execução de todas as atividades.
Como atividades extramuros podem-se incluir visitações a algumas instituições artísticas e culturais, como, por exemplo, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), Museu de Arte Contemporânea (MAC), na Casa de Cultura Mario Quintana, a Fundação Iberê Camargo, a Fundação Vera Chaves Barcellos - que apresentam  diversas exposições,  da Arte Acadêmica à Contemporânea, que poderão enriquecer o repertório visual de nossos alunos com a apreciação in loco de obras de diversos períodos, estilos e orientações estéticas.

Referências:
BENTO, Antônio. Portinari. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda, 2003.
DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projetos de trabalho/ Fernando Hernández; tradução Jussara Haubert Rodrigues. - Porto Alegre: Artmed, 2000.
Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm  acesso em 19/05/2012.

sábado, 12 de maio de 2012

Objeto na bolsa- Portfólio (em processo)




Portfólio
O meu horizonte:
Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vínicius de Moraes

Pensar o que me move, motiva, limita, inquieta, potencializa e defini-la em uma única palavra e registrar a materialização dessa palavra em uma imagem bidimensional fez com se revelasse todo um universo interno de desejos, sensações que estavam adormecidos ou, no mínimo, não manifestos concretamente.  A partir de uma lista de palavras que fui colhendo durante essa semana, pude perceber que o efêmero, o fugaz, o im-permanente, imperfeito, aquilo que escorre por entre os dedos diariamente, sem que se possa estendê-lo, é aquilo que tenho de mais valioso para a realização de tudo o que desejamos: O TEMPO. 
É esse o meu horizonte: o TEMPO, passado, presente e futuro. Espaço da memória, dos afetos, do que temos de mais superficial e mais profundo. 

As imagens que colhi para esse registro bidimensional do TEMPO:

 
O Objeto Tridimensional:
 
“(...)Se o espaço é infinito, estamos em qualquer ponto do espaço.
Se o tempo é infinito, estamos em qualquer ponto do tempo(...)”
Jorge Luis Borges
No final, acabamos sempre voltando a ideia inicial, ao começo de tudo, ao que deu origem ao processo, ao pensamento que gera, que cria, que potencializa toda criação humana. Tempo que não temos, tempo que nos aprisiona, que nos leva muitas vezes, por imposições cotidianas a fazer escolhas erradas, ou a priorizar coisas sem importância vital... Meu mundo é esse: literatura, arte, estudo, trabalho, alunos, família...Não necessariamente nessa ordem. Lembro a frase, mas não o autor: “sem tempo não há pensamento...”. Verdade. Fazemos mil coisas e pouco pensamos sobre elas. O mundo contemporâneo nos exige essa velocidade, esse excesso de informação mal digerida, mal assimilada, efêmera, fugaz, im-permanente, imperfeita...Como materializar esse tempo que nos aniquila, que se esvai, que escorre pelos nossos dedos e que não tem volta, que nos tritura e nos transforma muitas vezes em quem não somos em algo irreconhecível... Resto de humanidade. Metal, tecido, plástico, vidro e areia. Objetos do cotidiano re-significados, carregados de um simbolismo óbvio (ou não). Possibilidades que se juntam, que se aglutinam e que nos fazem voltar ao começo: tempo.


 Tempus Fugit, 2012

Projeto: Objeto na bolsa



 
“O tempo, o tempo é versátil, o tempo faz diabruras, o tempo brincava comigo, o tempo espreguiçava provocadoramente (...) o tempo, o tempo, o tempo me pesquisava na sua calma, o tempo me castigava (...) o tempo, o tempo, esse algoz às vezes suave, às vezes mais terrível, demônio absoluto conferindo qualidade a todas as coisas, é ele ainda hoje e sempre quem decide e por isso a quem me curvo cheio de medo e erguido em suspense me perguntando qual o momento, o momento preciso da transposição? (...) o tempo está em tudo; existe tempo, por exemplo, nesta mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia; (...) o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é; por isso, ninguém em nossa casa há de dar nunca o passo mais largo que a perna: dar o passo mais largo que a perna é o mesmo que suprimir o tempo necessário à nossa iniciativa (...)”

Raduan Nassar "Lavoura Arcaica”

Projeto Objeto Bolsa (em processo):




 Aracne - Gustav Doré 


 Penélope


Penso em linhas, como as que Penélope utilizava para bordar a espera de Ulisses na Odisséia de Homero. Penso em fios como os de Aracne, como na gravura de Gustav Doré na Divina Comédia de Dante Alighieri, exímia na arte de bordar, amaldiçoada pela inveja de Atena, condenada a tecer suas teias eternamente ao invés de tecidos. Marina Colasanti em o Risco do bordado, tecendo histórias de vida, tecendo o tempo...Penso em Édipo diante da Esfinge: “Decifra-me ou te devoro!”, falando da velhice, da memória, da vida...do tempo que se esgota. As influências são oriundas da literatura, o que não quer dizer que as artes visuais não tenham influenciado o pensamento. Penso, muito especialmente, no Horizonte Expandido, exposição de 2010, no Santander Cultural, em que pude apreciar obras de artistas que influenciaram grandemente a arte contemporânea; artistas que trabalham com as questões do limite, do tempo e, principalmente, com a preocupação voltada ao processo criativo, a interferência, o compartilhamento do pensamento com o público.


“Especialmente atento às transformações sofridas pela definição de arte na atualidade, Horizonte Expandido almeja suscitar indagações sobre os efeitos que essa mobilidade exerce nas relações entre arte e vida cotidiana, arte e outras áreas do conhecimento e, ainda, sobre arte e sistema de artes. Apostando na democratização dos meios de difusão da produção artística e, ao mesmo tempo, preservando seu conteúdo e densidade de informação, Horizonte Expandido estabelece-se como uma possibilidade de refletir, não apenas sobre questões caras ao terreno da arte, mas também sobre o conjunto do mundo humano – com suas linhas de desejo, suas polaridades afetivas, suas paisagens de sentido, suas redes móveis, seus ambientes mutáveis – que transforma as linguagens, os artefatos e as instituições sociais que pensam dentro de nós como uma espécie de inteligência a ser disseminada dentro da dimensão coletiva.” (Horizonte Expandido)



Algumas possibilidades de construção:

1-     Lãs ou linhas dispostas a partir do teto como móbiles (ou de uma armação de guarda-chuva) até o chão formando dois triângulos invertidos, como se fosse uma ampulheta, no meio uma parte da boneca usada no objeto tridimensional...Talvez entalada no meio da ampulheta, sem conseguir passar... Coberta de linhas (como nos objetos do Bispo do Rosário). Pensar na cor: vermelho, azul ou roxo. Outro material que poderá ser experimentado é o tecido fino (seda ou crepe) transparente formato a mesma figura anterior, uma ampulheta, a partir do teto, em direção ao chão...  Um cordão vermelho como representação da areia... Talvez a própria areia de praia, mais fina que a de construção... Fragmentos que se amontoam na base... Talvez escorrendo pra fora do objeto.
2-     A segunda possibilidade de construção do objeto seria fazê-lo com areia de praia empilhada em forma de  pirâmide no centro do espaço e a partir dali, um fio fino (areia molhada) segue em espiral, ocupando todo o espaço até sair sinuosamente em direção ao corredor, às escadas e descendo até o térreo...No centro dessa pirâmide de areia penso em colocar a mão da boneca, talvez não, ainda estou pensando...
3-     A terceira possibilidade de construção desse objeto seria a simplificação de todas as ideias anteriores, na busca de algo que eles tenham em comum e que possam resgatar de maneira sintetizada a ideia inicial da passagem inexorável do tempo e no quanto nós nos pautamos pela sua falta: penso em uma aranha (aracne) com cabeça de boneca e patas de arame (armação de guarda-chuva recoberto de fios de linha-lã) ou cabos USB, numa alusão à tecnologia tão necessária na atualidade e ao mesmo tempo tão escravizante. Em processo...


Esboço das possibilidades (em processo...)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre o óbvio...ainda


     
 Nimbus II
    O meu olhar é nítido como um girassol.
    Tenho o costume de andar pelas estradas
    Olhando para a direita e para a esquerda,
    E de vez em quando olhando para trás...
    E o que vejo a cada momento
    É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
    E eu sei dar por isso muito bem...
    Sei ter o pasmo essencial
    Que tem uma criança se, ao nascer,
    Reparasse que nascera deveras...
    Sinto-me nascido a cada momento
    Para a eterna novidade do Mundo... 
    Creio no mundo como num malmequer,
    Porque o vejo. Mas não penso nele
    Porque pensar é não compreender...
    O Mundo não se fez para pensarmos nele
    (Pensar é estar doente dos olhos)
    Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
    Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
    Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
    Mas porque a amo, e amo-a por isso
    Porque quem ama nunca sabe o que ama
    Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
    Amar é a eterna inocência,
    E a única inocência não pensar...

    Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914

domingo, 6 de maio de 2012

Objeto de Aprendizagem - em construção: pranchas


Pranchas escolhidas:

"O destino do homem é o próprio homem"
Bertold Brecht

 A partir de minha prancha de imagens da obra de Candido Portinari, Retirantes, 1944, óleo sobre tela, escolho as pranchas elaboradas pelas colegas:

* Maristela Lain César com a prancha de imagem da obra de Michelangelo Buanarotti, Pietá, 1448, escultura em mármore

* Neusa Loreni Vinhas com a prancha de imagem da obra de Claudia Andujar, Série Marcados, 1981-1983, fotografia (políptico)

Penso em algumas possibilidades de trabalho com o 1º ano do Ensino Médio, alunos de 14 a 18 anos, de uma escola pública da região metropolitana de Porto Alegre:
A representação da figura humana em diferentes épocas e contextos - históricos, sociais, artísticos.
Linguagens artísticas (Escultura, pintura e fotografia), técnicas e materiais.
Elementos da linguagem visual: ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, escala, direção, dimensão, movimento. 
História da Arte: Arte Renascentista, Moderna e Contemporânea; Arte Brasileira e Arte Universal.
A articulação com outras disciplinas pode se dar através da História, Literatura, Ensino Religioso, Geografia, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, Biologia em forma de um Projeto.
Não participei da aula de sábado, em que o “óbvio” foi revelado. Lamento!
Estou aberta ao diálogo com as colegas, professoras e tutoras para sugestões e críticas, por que acredito que esse é, ou deveria ser, o objetivo dos fóruns virtuais: espaço de troca, de discussão, em que o conhecimento sobre a arte, a educação, a vida e o mundo pudesse ser ampliado e (re)significado constantemente..
.

Tempus Fugit



Tempus Fugit, 2012  


“(...)Se o espaço é infinito, estamos em qualquer ponto do espaço.
Se o tempo é infinito, estamos em qualquer ponto do tempo(...)”
Jorge Luis Borges
No final, acabamos sempre voltando a ideia inicial, ao começo de tudo, ao que deu origem ao processo, ao pensamento que gera, que cria, que potencializa toda criação humana. Tempo que não temos, tempo que nos aprisiona, que nos leva muitas vezes, por imposições cotidianas a fazer escolhas erradas, a priorizar coisas sem importância vital... Meu mundo é esse: literatura, arte, estudo, trabalho, alunos, família...Não necessariamente nessa ordem. Lembro a frase, mas não o autor: “sem tempo não há pensamento...”. Verdade. Fazemos mil coisas e pouco pensamos sobre elas. O mundo contemporâneo nos exige essa velocidade, esse excesso de informação mal digerida, mal assimilada, efêmera, fugaz, im-permanente, imperfeita...Como materializar esse tempo que nos aniquila, que se esvai, que escorre pelos nossos dedos e que não tem volta, que nos tritura e nos transforma muitas vezes em quem não somos, em algo irreconhecível... Resto de humanidade. Metal, tecido, plástico, vidro e areia. Objetos do cotidiano ressignificados, carregados de um simbolismo óbvio (ou não). Possibilidades que se juntam, que se aglutinam e que nos fazem voltar ao começo: tempo.


Referências:
BORGES, Jorge Luis. O livro de areia. Disponível em http://www.letras.com.br/jorge-luis-borges/o-livro-de-areia

sábado, 5 de maio de 2012

A inspiração: Farnese de Andrade e Cildo Meireles


Farnese de Andrade, Tudo Continua Sempre, 1974

"A obra de Farnese de Andrade diz coisas parecidas. Uma história cruel, repleta de violências e maldades, desautoriza expectativas otimistas em relação ao presente. Farnese pertence a uma vertente da cultura brasileira que pôs de lado as esperanças atribuíveis a um país jovem, em formação, e que sublinhou os entraves que conduziram à precariedade nacional."¹

 Cildo Merieles, Desvio para o Vermelho I: Desvio, 1967

"Desvio para o Vermelho é um de seus trabalhos mais complexos e ambiciosos – concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984 e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três ambientes articulados entre si, no primeiro deles (Impregnação) nos deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e obras de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mas improvável” por alguma idiossincrasia doméstica. Nos ambientes seguintes, Entorno e Desvio, têm lugar o que o artista chama de explicações anedóticas para o mesmo fenômeno da primeira sala, em que a cor satura a matéria, se transformando em matéria. Aberta a uma série de simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida."¹
ReferênciaS:
¹ FARNESE DE ANDRADE

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O importante é o conhecimento....


Gurias!
Sem querer desmerecer o esforço de todas nós em tentar aprender Libras em apenas 60h, acredito que o mais importante é pensarmos que muito além do resultado que possamos obter em uma única prova é o que ganhamos nos conhecimentos que ficaram conosco, como por exemplo o respeito e compreensão da cultura surda, diferente da ouvinte mas não desigual, que exige um cuidado todo especial daqueles que se propoem a educar.
Nunca tive alunos surdos, mas fico imaginando que se amanhã ou depois vier a ter algum, terei de onde partir, onde pesquisar. Tenho hoje alguma noção de onde e como buscar ajuda. Noção das suas necessidades para que a comunicação aconteça e que os alunos surdos possam ter um melhor aprendizado. Coisas que até pouco tempo antes de cursar essa disciplina não conhecia.
Outra coisa que penso ser importante destacar nessa nossa conversa na madrugada (rotina de quem trabalha durante o dia e só tem esse horário para colocar as leituras em dia) é que qualquer língua nova que aprendamos, seja inglês, espanhol, francês ou libras, precisamos de prática, senão acabamos esquecendo a língua e todo esse aprendizado deixa de ser significativo e passa a ser meramente ilustrativo.
Quanto a angústia generalizada sobre a avaliação, acredito que não se trata de uma prova final, mesmo que tenha essa aparência, mas sim de mais uma (entre tantas) forma de avaliar e que terá o peso adequado dentro de uma avaliação que se propõe processual.
Abraços a todas,
soniamaris

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Sobre o óbvio...

 

Tenho uma amiga, Rosilene Lopes, petista roxa, freireana de carteirinha, mãe, esposa, professora, artista e outras cositas mas,  sempre me diz "o óbvio precisa ser dito"...
Minha saudosa professora de Linguística era fã de Nelson Rodrigues, cujo centenário comemoramos esse ano, com seu maravilhoso "óbvio ululante" também deixou sua impressão sobre o óbvio...
Então, toda a torcida do Flamengo não pode estar errada...
Muitos vivas ao ÓBVIO!!!
E vamos adiante...

Sintaxe da Linguagem Visual


Para aqueles que estão tendo dificuldade em compreender o elementos constitutivos da Linguagem Visual, presentes em suas pranchas de imagens, recomendo a leitura desse livro: Sintaxe da Linguagem Visual do Donis A. Dondis. Ele está na bibliografia do curso, então, sem estresse...
Não sei se ele não está esgotado... 
Para quem não se importa de ler na tela do note/pc o link acima oferece o livro para download.
Aproveitem a leitura.

Prancha Retirantes Portinari - finalizada

Elementos da linguagem visual (revisão)