Caixa de Pandora

sábado, 19 de maio de 2012

Articulando o Objeto de Aprendizagem



Nome completo do aluno: Sônia Maris Rittmann
Referências da obra principal de sua prancha:
Cândido Portinari, Retirantes, 190cm X 180cm, 1944, painel a óleo/tela

Nome completo do colega 1: Maristela Lain Cesar
Referências da obra principal da prancha do colega 1:
Michelangelo Buanarotti, Pietá, 1448, escultura em mármore

Nome completo do colega 2:Neusa Loreni Vinhas
Referências da obra principal da prancha do colega 2: Claudia Andújar, Série Marcados, 1981-1983, fotografia (políptico)




Partindo do pressuposto que toda aprendizagem deva tentar estabelecer um processo de inferências entre os conhecimentos que se possui e os novos conhecimentos a serem construídos, cada uma das obras escolhidas para esse objeto de aprendizagem, com suas especificidades - pintura modernista, escultura renascentista, fotografia contemporânea - possibilita a abordagem dos conhecimentos da arte a partir de pelo menos um fio condutor: a representação da figura humana através do tempo.  Para tanto, é necessário apresentar as obras de arte contextualizadas, como produto cultural e histórico, situadas em tempos e locais diferentes, com formas e conteúdos distintos, possibilitará uma maior compreensão das diferentes linguagens e códigos utilizados pelos artistas.

Michelangelo Buonoratti, com a Pietá, escultura renascentista, nos possibilita a abordagem histórica e artística de um dos períodos mais importantes para a História da Arte: o Renascimento, ponto de grandes transformações no mundo e na arte. Explorar a linguagem tridimensional e seus elementos constitutivos (forma, volume, superfície, material, equilíbrio, escala, dimensão), tantas vezes deixados de lado nas escolas, por falta de espaço, material ou até mesmo interesse, poderá despertar o interesse dos alunos.

Em Retirantes, de Cândido Portinari, podemos investigar os elementos constitutivos da arte modernista, partindo do estudo da pintura, observar os traços expressionistas, as figuras esquematizadas, as linhas vigorosas e o uso de uma paleta de cores escurecidas; a dramaticidade da representação de um universo singular: vida-morte, memória-criação, sagrado-profano, arte-história.

Em Marcados, de Claudia Andújar, podemos pensar sobre a fotografia na arte contemporânea como uma linguagem artística e não como meio de reprodução do real; no quanto essas imagens podem nos perturbar, provocar ou incitar, no enquadramento utilizado, na forma escolhida pela artista para compor suas imagens, na escolha do preto e branco, na questão temática, para além do óbvio, a partir de uma população específica. Além disso, também podemos desenvolver uma pesquisa sobre a história da fotografia, do registro histórico e documental, da fotografia experimental, chegando até as pesquisas mais recentes da fotografia contemporânea.

Através dessa seleção de imagens, propomos aos estudantes do 1º ano do Ensino Médio, de uma escola pública na região metropolitana de Porto Alegre, um trabalho de percepção, sensibilização, cognição e reflexão a partir das obras e dos diferentes contextos históricos, culturais e artísticos (século XV, início e final do século XX), tendo como fio condutor a representação da figura humana, que leve em conta as diferentes períodos da História da arte - Arte Renascentista, Moderna e Contemporânea; Arte Brasileira e Arte Universal – as diferentes linguagens, técnicas, materiais e contextos de produção das mesmas. A articulação com outras disciplinas pode se dar através da História (linha do tempo; influência da Igreja e do Estado na arte, Política e Arte, os Mecenas das Artes), Sociologia (Movimentos Sociais, Urbanização, Migrações, Povos Indígenas, Imigrantes), Literatura (Movimentos literários correspondentes aos períodos), Ensino Religioso (a mudança de paradigmas da antiguidade para o Renascimento, o novo papel do Homem), Geografia (política, social, espacial; as migrações dos povos, os grandes centros urbanos), Língua Portuguesa (influências do tupi-guarani e do italiano na língua portuguesa) e Língua Estrangeira (o Latim na constituição de diversas línguas), Biologia (teorias genéticas e ambientais), Química (processo de produção de tintas e emulsões fotográficas), Educação Física (o corpo, o movimento). Cabe destacar que, além do trabalho  nestas disciplinas, a disciplina de Artes Visuais, seria a catalizadora de todo o projeto interdisciplinar, e ficaria responsável pela concepção, fomento, desenvolvimento e execução de todas as atividades.
Como atividades extramuros podem-se incluir visitações a algumas instituições artísticas e culturais, como, por exemplo, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), Museu de Arte Contemporânea (MAC), na Casa de Cultura Mario Quintana, a Fundação Iberê Camargo, a Fundação Vera Chaves Barcellos - que apresentam  diversas exposições,  da Arte Acadêmica à Contemporânea, que poderão enriquecer o repertório visual de nossos alunos com a apreciação in loco de obras de diversos períodos, estilos e orientações estéticas.

Referências:
BENTO, Antônio. Portinari. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda, 2003.
DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projetos de trabalho/ Fernando Hernández; tradução Jussara Haubert Rodrigues. - Porto Alegre: Artmed, 2000.
Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm  acesso em 19/05/2012.

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