Farnese de Andrade, Tudo Continua Sempre, 1974
"A obra de Farnese de
Andrade diz coisas parecidas. Uma história cruel, repleta de violências
e maldades, desautoriza expectativas otimistas em relação ao presente.
Farnese pertence a uma vertente da cultura brasileira que pôs de lado as
esperanças atribuíveis a um país jovem, em formação, e que sublinhou os
entraves que conduziram à precariedade nacional."¹
Cildo Merieles, Desvio para o Vermelho I: Desvio, 1967
"Desvio para o Vermelho é um de seus trabalhos mais complexos e
ambiciosos – concebido em 1967, montado em diferentes versões desde 1984
e exibido em Inhotim em caráter permanente desde 2006. Formado por três
ambientes articulados entre si, no primeiro deles (Impregnação) nos
deparamos com uma exaustiva coleção monocromática de móveis, objetos e
obras de arte em diferentes tons, reunidos “de maneira plausível mas
improvável” por alguma idiossincrasia doméstica. Nos ambientes
seguintes, Entorno e Desvio, têm lugar o que o artista chama de
explicações anedóticas para o mesmo fenômeno da primeira sala, em que a
cor satura a matéria, se transformando em matéria. Aberta a uma série de
simbolismos e metáforas, desde a violência do sangue até conotações
ideológicas, o que interessa ao artista nesta obra é oferecer uma
seqüência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador: uma série
de falsas lógicas que nos devolvem sempre a um mesmo ponto de partida."¹
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