Caixa de Pandora

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

fórum "low tech e high tech" (continuação)



Duchamp e sua Monalisa


 Warhol e sua Monalisa




Caetano Veloso e o Parangolé do Helio Oiticica



 Lygia Clark - série Bichos

Amiga Neusa Vinhas!
Muitas das questões que levantas em tua postagem devem passar pelas cabeças de muitos de nós - professores-pesquisadores-curadores - diariamente. Algumas perguntas, talvez a maioria, sem respostas prontas, sem uma “única” resposta, sem uma resposta certa ou errada... Perguntas que servem para nos deixam cada dia mais vivos. Sinal de “estesia” como diz nossa professora e agora orientadora Umbelina. O que poderia nos parecer um diálogo de malucos, um diálogo solitário, é na verdade um diálogo “silencioso”, segundo nossa outra grande amiga Miriam Celeste Martins, nossos “socius internos”. Conversamos conosco, com nossas leituras, com nossas referências, com as pessoas – artistas, teóricos, amigos – que admiramos ou que apenas nos provocam a pensar, internamente, cotidianamente, e nos deixamos penetrar por seus conceitos, ideias, reflexões, de tal forma que muitas vezes é difícil saber onde começa um e termina outro.

“Subitamente vemos que a obra do artista nos revela que captamos a nós próprios; e então compreendemos que toda a criação, todo o pensamento humano está contido em nós”.¹

Digo isso em função, principalmente do que levantas na questão da “autoria” da obra de arte. Não é de hoje que os artistas se apropriam de outras obras ou mesmo de partes de obras redimensionando e revolucionando o conceito de autoria. Basta lembrarmos das experiências de Duchamp ou Warhol nesse sentido. Lembremos também que nem ao menos a interatividade é uma questão nova em arte, pelo menos não desde Helio Oiticica com seus Parangolés e Lygia Clark com seus Bichos. Outros tempos, outras mídias, outras leituras.  Se nós, pobres mortais, usamos e abusamos da intertextualidade, que considero extremamente saudável, por que os artistas, seres humanos, como nós, não seriam da mesma forma afetados, influenciados e constituídos dessa maneira? Creio que é o conjunto de tudo que vemos, ouvimos, lemos e experimentamos ao longo de nossas vidas, através das relações que fazemos entre elas, que nos possibilita atribuir sentido de forma singular.

Bronowski, Jacob. In: Martins, Miram Celeste. Teoria e Prática do ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2009. (p.18)

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