Duchamp e sua Monalisa
Warhol e sua Monalisa
Caetano Veloso e o Parangolé do Helio Oiticica
Lygia Clark - série Bichos
Amiga Neusa Vinhas!
Muitas das questões que levantas em tua postagem devem passar
pelas cabeças de muitos de nós - professores-pesquisadores-curadores -
diariamente. Algumas perguntas, talvez a maioria, sem respostas prontas, sem
uma “única” resposta, sem uma resposta certa ou errada... Perguntas que servem
para nos deixam cada dia mais vivos. Sinal de “estesia” como diz nossa
professora e agora orientadora Umbelina. O que poderia nos parecer um diálogo
de malucos, um diálogo solitário, é na verdade um diálogo “silencioso”, segundo
nossa outra grande amiga Miriam Celeste Martins, nossos “socius internos”. Conversamos
conosco, com nossas leituras, com nossas referências, com as pessoas –
artistas, teóricos, amigos – que admiramos ou que apenas nos provocam a pensar,
internamente, cotidianamente, e nos deixamos penetrar por seus conceitos,
ideias, reflexões, de tal forma que muitas vezes é difícil saber onde começa um
e termina outro.
“Subitamente vemos que
a obra do artista nos revela que captamos a nós próprios; e então compreendemos
que toda a criação, todo o pensamento humano está contido em nós”.¹
Digo isso em função, principalmente do que levantas na questão da
“autoria” da obra de arte. Não é de hoje que os artistas se apropriam de outras
obras ou mesmo de partes de obras redimensionando e revolucionando o conceito
de autoria. Basta lembrarmos das experiências de Duchamp ou Warhol nesse
sentido. Lembremos também que nem ao menos a interatividade é uma questão nova
em arte, pelo menos não desde Helio Oiticica com seus Parangolés e Lygia Clark
com seus Bichos. Outros tempos, outras mídias, outras leituras. Se nós, pobres mortais, usamos e abusamos da
intertextualidade, que considero extremamente saudável, por que os artistas,
seres humanos, como nós, não seriam da mesma forma afetados, influenciados e
constituídos dessa maneira? Creio que é o conjunto de tudo que vemos, ouvimos,
lemos e experimentamos ao longo de nossas vidas, através das relações que
fazemos entre elas, que nos possibilita atribuir sentido de forma singular.
Bronowski, Jacob. In: Martins, Miram Celeste. Teoria e Prática do
ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2009. (p.18)
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