Buscando em nossas “ralas” pesquisas e numa compreensão
“minimalista” da cultura digital, nos deparamos com alguns
estranhamentos...São constantes e caminham com nossa condição de
professor e de estudante em processo.
Nestas reflexões não estão presentes em nenhuma hipótese, a
lamentação.
Percebemos esta dinâmica contemporânea que nos surpreende e
que nos coloca em algumas situações de “alienação” como
um fenômeno irreversível.Estas novas perspectivas , estas formas diferentes de
criação artística são surpreendentes ...
Mas...
Quais meios digitais podem ser considerados arte?
Como podemos “perceber” os artistas?
Todos podemos ser artistas digitais?
O que caracteriza a arte digital?Basta usar meios digitais?
A arte digital é uma categoria diferente das artes?
Enfim...as questões são diversas.
Não temos intenção de sistematizar estas questões, mas nos
aproximar de uma reflexão neste contexto inédito.
O que é real e o que é virtual? Nos importa esta “separação”?
Compromete o sentido ou a linguagem?
“ O virtual é cada vez mais uma dimensão do real”, nos afirma
Giselle Beiguelman, curadora da exposição 3M Mostra de Arte Digital.Ela
nos coloca sobre a realidade de nosso cotidiano e sobre as inúmeras
instâncias do real que é mediado pelos meios digitais e pelas redes nas
diversas manifestações.Este “ato cultural interativo” nos coloca em redes, é
delocalizada, implica além de um para um, mas de milhares para milhares.A
curadora nos remete também a reflexões sobre a estética possível ,sobre a
efemeridade das obras e sobre o processo de interação.A interação, esta ação
inovadora é real e irreversível onde os artistas procuram estimular formas de
reflexão sobre “a cultura digital “no século 21.
Com as investigações da colega Soniamaris e nas
suas importantes reflexões imbricadas com um tempo de “Eu”,somos
convidados a pensar esta comunicação instantânea , a conectividade
global e nos aproximar deste “simulacro virtual”.
Fragmento da postagem da colega Soniamaris...
Nada de “passividades...”
“A obra nos faz pensar sobre nossa própria condição humana. Se por um
lado a obra nos oferta a possibilidade de pensarmos sobre a nossa passividade
frente às mídias e ao mundo e em quanto as mudanças dependem de nossa real
atuação no mundo; por outro nos deixa também expostos à nossa própria imagem
como protagonistas, centro do “universo”, pela forma exibicionista e egoísta
com penetramos na tela, curtindo nosso momento de “celebridade” na telinha da
TV, visualidade que se dá através de nossa voz. A arte e a vida se imbricando,
literatura e arte, som e imagem, “integração estética entre o low e
high tech e a ciência de ponta e a ciência de garagem”, tecnofagia.”Referências
" Se o espírito cibernética constitui a
atitude predominante da era moderna, o computador é a ferramenta suprema que
sua tecnologia tem produzido. Utilizado em conjunto com materiais sintéticos,
pode ser esperado para abrir caminhos de mudança radical e invenção na arte. "
Roy Ascott
Considerando
a obra que pesquisamos, e as informações que buscamos em “ Crepúsculo dos
Ídolos” de Jarbas Jacome, lendo as buscas de outras colegas , torna-se
impossível não pensar na paródia.Friedrich Nietzsche, fez paródia da obra de
Wagner,Crepusculo dos Deuses, e o artista contemporâneo, com uma estética
digital novamente nos remete a obra inicial.
Mas
penso sobre “autorias”.Um olhar importante nas fotografias, nas músicas ,
na dança ou outras linguagens atuais onde somos como nos diz Mirian
Celeste Martins, “fabricantes de sentido”.
Que
olhar é despido do outro?
Manipular,
mexer, buscar outros textos...referenciar...quem é autêntico? Ou, é
relevante esta “originalidade”? Há “imagens de segunda mão”, ou obras?
Um
sinal contemporâneo seria, “subverter modelos e desarticular os referenciais?”
Poderíamos
buscar Boltanski para “afirmar um certo estado das coisas?”
Poderíamos
“não” pensar em John Cage, o artista de maior influência na formação cultural
digital como hoje entendemos segundo verbete da Wikipédia?
As
práticas inovadoras de Cage – Silent Piece, de 1952 – abriu espaço para a
interação e a multimídia?
As
linguagens da arte são percebidas, apresentadas e “fruídas” juntas,
misturadas, inseparáveis...a música, a dança, o visual e o cênico..
Estas
linguagens “mescladas”,misturadas ou indissociáaveis, esta realidade real
ou virtual apresenta-se em muitas obras.
-Coreografia
Digital – estudos para o corpo de silício – uma videodança de Sarah Ferreira
-Cubo
– Uma brincadeira sobre o lado de dentro e o lado de fora inspirada nos
conceitos de “A Lógica do Sentido”, de Gilles Deleuze e no universo de Alice de Lewis Carrol.
Referências
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