Caixa de Pandora

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O peso da alma

O peso da alma




O peso da alma 2


Creio que o primeiro passo para analisar essa pintura é lembrar que os egípcios acreditavam em vida após a morte, o que quer dizer crença na imortalidade da alma.
Para garantir essa imortalidade, os faraós não poupavam esforços investiam verdadeiros tesouros tanto na construção de templos (que serviriam para o descanso eterno, ou melhor, a vida eterna), quanto na “decoração” desses mausoléus. Observem que a vida eterna era u luxo e que apenas uns poucos poderiam “comprá-la”. Colocavam nesse mausoléu de tudo um pouco: ouro, jóias, utensílios, vestimentas... Além disso, recobriam as paredes do túmulo com belíssimas pinturas (algumas em excelente estado de conservação até hoje).
E é nesse ponto que chegamos ao “O Peso da Alma”, pintura objeto dessa análise.
Essa pintura retrata de forma “didática” em que os egípcios acreditavam: que após a morte corpórea, sua “alma” seria levada a julgamento perante o tribunal de Osíris, o deus dos mortos (leiam a lenda completa em
http://www.misteriosantigos.com/pagina17.htm ) e aqueles que tivessem sido incorruptíveis poderiam ter a alma de volta. Para tanto o coração do morto era colocado em uma balança e “Se o coração pesasse mais do que uma pena de avestruz, o defunto teria sido mau, e seria devorado pelo monstro com cabeça de crocodilo, que espera junto da balança. Se, pelo contrário, fosse bom, viveria para sempre e poderia regressar ao corpo”.
Podemos observar que o Faraó, de branco, representado na pintura à esquerda, é colocado como sendo o maior de todos os presentes na cena. Ou seja, quanto maior a importância do retratado, maior o tamanho na pintura. Isso tinha a função de demonstrar a superioridade do faraó. Nessa lógica, quanto mais baixo na escala social for o retratado, menor será sua representação. Em ordem de importância: faraó, esposa, sacerdotes, escribas, soldados, e por último, quase sem nenhuma importância, o povo. Dá para imaginar que a grandiosidade das representações dos faraós não seria muito fiel à realidade.
Além disso, podemos perceber outras características da arte egípcia da pintura analisada, tais como: a ausência das três dimensões, as pinturas eram chapadas, sem profundidade, a tinta era pura, sem tons intermediários, sem o jogo do claro-escuro, os ângulos de visão de cada parte do corpo não segue uma mesma linha, corpo e os olhos são vistos de frente, enquanto a cabeça e membros são pintados de lado, a presença dos hieróglifos no fundo da pintura, representando, acredito, um tipo de inventário dos bens do falecido.
Por tudo isso, creio que podemos dizer que os egípcios, com sua crença na imortalidade, ao deixar essas obras de arte, que são os seus sarcófagos, suas tumbas e seus templos magnificamente ornados, fizeram com que sua história e sua arte os tornassem de fato “imortais” aos nossos olhos.

Fontes de consulta:
http://moodle.regesd.tche.br/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=7660
http://moodle.regesd.tche.br/file.php/137/Modulo_03/unid3/1/start.html
http://moodle.regesd.tche.br/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=7659
http://www.misteriosantigos.com/pagina17.htm
http://www.historiadaarte.com.br/arteegipcia.html
http://www.brasilescola.com/historiag/arte-egipcia.htm
http://www.kennethgarrett.com/imageSubject/egp_Art.php

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