Caixa de Pandora

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sintetizando conhecimentos


Blu

Difícil pensar e sintetizar tudo que aprendemos em apenas um fórum. Tentarei fazer um resumo muito breve dos principais estudos realizados durante a disciplina, através de alguns fragmentos pensados e arduamente refletidos durante o processo de entendimento de como se dá o pensamento estético-visual de crianças e adolescentes e o ensino da arte.

Compreendem-se níveis como conjuntos de ideias ou intuições que se relacionam por terem algo em comum. As ideias de nível III são mais abrangentes, refinadas e adequadas que as dos níveis anteriores. Porém, o aluno pode apresentar em uma mesma leitura diferentes níveis de compreensão estética, pois o mesmo não está em um nível determinado, mas faz uso de diferentes ideias para interpretar e julgar o que vê.

Dito de outra forma, o termo “nível” não serve para caracterizar pessoas e sim pensamentos. As ideias é que são classificáveis e não os alunos. A construção da compreensão estética pode oscilar entre ideias complexas e sofisticadas (mentalísticas) e outras ingênuas e limitadas (realísticas), do ponto de vista estético e cognitivo. Ou seja, mesmo apresentando um nível de complexidade, outros níveis podem aparecer.

Acreditamos que é na interação entre leitor-texto, mediada pelo mundo em que vivemos, que ocorre a compreensão estética, e que quanto mais experiências estéticas nossos alunos tiverem no decorrer de sua vida, mais ricas serão suas interpretações. Os significados vão sendo construídos na medida em que novas conexões vão sendo feitas. Percebemos esse crescimento nas falas dos entrevistados.

Quanto às releituras dos estudantes é importante que compreendamos que ela depende da compreensão que o estudante construiu da imagems/obra lida. Essas leituras não são as mesmas e revelam os diferentes níveis de complexidade cognitiva e de pensamento estético de cada estudante, além de sua familiaridade ou não com arte.

Levando em consideração o que lemos, estudamos e discutimos, dentro e fora da universidade, podemos afirmar que uma proposta de leitura de imagem para ser considerada viável deva ter uma proposta que leve em conta o crescimento das ideias estéticas dos estudantes, pois privilegiará a construção do conhecimento em arte, valorizando tanto a produção artística quanto a cultura e a história, num constante pensar, fazer, contextualizar, que tecerá diálogo(s) entre as partes envolvidas no processo, professor-estudante, de forma clara e objetiva, através da leitura de imagens, propiciando ao “(...) educador conduzir um diálogo entre os educandos a partir da observação de uma imagem, explorando seus aspectos técnicos, formais e contextuais, promovendo a compreensão dos elementos formais e expressivos da imagem, que estimulam a atribuição de significados à mesma.”¹

Não custa nada lembrar que esses são apenas alguns dos pensamentos que surgiram no decorrer da disciplina e que muito ainda há que se estudar, pesquisar e experenciar em arte-educação, principalmente em leitura de imagem. Algumas questões sempre ficam sem respostas, outras serão respondidas ao longo do curso, outras serão respondidas através da prática de sala de aula como arte-educador. O importante, a meu ver, nesse momento, é perceber que quanto mais avançamos nos estudos em artes visuais, maior vai ficando nosso compromisso com a arte e com a educação de nossos jovens e maiores serão as exigências dos nossos mestres e de nós mesmas. Antes de iniciarmos o curso de Artes Visuais parecia que estávamos fazendo a coisa certa, hoje, percebemos que aquilo que julgávamos ser correto estava um pouco fora do que hoje se pensa ser arte-educação, e que temos ainda um caminho bastante longo a trilhar. Sabemos que a formação do professor deve ser constante e que isso significa não cansar de buscar atualização e novos conhecimentos antes, durante e depois de terminado o curso. Em um constante renovar-se.

³Aidar; Chiovatto. Ler Imagens. Arte +. Disponível em

http://moodle.regesd.tche.br/mod/resource/view.php?id=14411 Acesso em 08/05/2011.

ROSSI, Maria Helena Wagner. Discussão estética na escola. Disponível em http://moodle.regesd.tche.br/mod/resource/view.php?id=14583 Acesso em 09/05/2011.

http://www.luizbraga.fot.br/

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______. Imagens que Falam: a leitura da arte na escola. Porto Alegre: Mediação, 2003.

______. Níveis de compreensão estética de alunos do Ensino Básico. Disponível em http://moodle.regesd.tche.br/mod/forum/view.php?id=14408 Acesso em 21/04/2011.

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FECHINE, Yvana. (Eds.). Semiótica da arte: teorizações, análises e ensino. São Paulo:

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http://www.revistapatio.com.br/numeros_anteriores_conteudo.aspx?id=343 E no site Arte

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______. Mediação estética: O que temos? O que precisamos? In: PINHEIRO, Anderson.

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2008. Disponível em: http://www.divshare.com/download/launch/10905520-16c E em:

http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca/default.aspx?c=294 (Museuparatodos: acesso

mediante cadastro de usuário e senha)

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